1 O D I A | S Á B A D O – SEMANA SANTA
O que há de errado com o mundo? Por que as pessoas são capazes de fazer coisas tão terríveis? Se existe tanta terra para plantar, tecnologia e gente para trabalhar,
por que há tanta fome e pobreza? Por que as nações entram em guerra e cometem
atrocidades? Por que existe tanta confusão política e religiosa? Por que pessoas
inocentes sofrem? Por que surgem tantas doenças? Afinal, por que morremos se
nos foi dado o privilégio da vida? São muitas perguntas, mas precisamos responder
a uma questão que talvez seja ainda mais complexa: Como explicar o mal se existe
um Deus todo-poderoso?
É nisso que somos tentados a pensar quando as lutas e tragédias batem à
nossa porta. Um pai pode indagar: “Por que Deus permite que minha filha de
quatro anos tenha leucemia?” Uma mulher pode questionar: “Por que tenho que
viver numa cama e com dor, se ajudei tanta gente?” Um empresário pode lamentar: “Por que sofro com enxaquecas horríveis todos os dias?” Uma criança pode
perguntar: “Por que ninguém impediu que meu cachorro fosse atropelado?”
A onda mortal de covid-19 varreu o mundo e destruiu famílias inteiras,
incluindo muitos que procuraram se cuidar, mas acabaram infectados. Uma profissional de saúde de uma grande cidade sul-americana perdeu 13 parentes próximos, entre eles esposo, pai, mãe, filho e outros. Para pessoas assim, o problema
do mal não é apenas uma questão filosófica, mas um choque quase insuportável.
Se essas questões têm uma resposta, onde encontrá-la?
Quem seria confiável o bastante ou teria autoridade para apresentar uma solução?
Numa era em que cada um tem sua verdade, será que existiria uma verdade absoluta sobre
o assunto do mal? O educador George Knight afirma, em seu livro Filosofia &
Educação (páginas 21-25), que existem apenas quatro fontes humanas de conhecimento:
Como entender esse problema e viver melhor neste mundo?
Felizmente, há mais uma fonte de conhecimento: a revelação! A revelação é um
conhecimento que está além do que o ser humano pode perceber, raciocinar, querer ou sentir. É uma fonte de informação sobrenatural, concedida espiritualmente
a pessoas que deixaram escritos sagrados por eras. Esses escritos contêm profecias
que se cumpriram ao longo da história. Trazem verdades que renovam a esperança
e transformam vidas.
Deus inspirou 40 escritores ao longo de mais ou menos 1.600 anos para nos
mostrar a verdade. “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,
para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3:16). Eles
escreveram com suas palavras, mas o conteúdo, o que eles tinham para dizer, veio
de Deus. “Primeiramente, porém, saibam que nenhuma profecia da Escritura
provém de interpretação pessoal; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada
por vontade humana; entretanto, homens falaram da parte de Deus, movidos
pelo Espírito Santo” (2Pe 1:20, 21). Foi o Espírito Santo quem lhes deu a mensagem que escreveram, cada um à sua maneira.
Nesta semana, vamos fazer uma viagem incrível por essa revelação a fim de
descobrir o que a Bíblia ensina sobre a origem do mal. Várias profecias bíblicas tratam de um “grande conflito” (Dn 10:1), ou seja, falam de uma batalha entre o bem
e o mal que envolve o Céu e a Terra. Vemos um Deus preocupado e envolvido com
nossos problemas. Ele foi até as últimas consequências, Se humanizou e Se sujeitou
à realidade da dor e da morte para nos salvar. É aí que a história muda de figura! É o
bilionário ficando pobre para ajudar seu querido amigo. Você consegue imaginar?
Se você quer entender mais deste e de outros assuntos, então convidamos você
a fazer parte desta semana única! Não perca nenhum dia, nem um único minuto
dela. Traga seus amigos e sua família! Faça seu melhor para descobrir o que esse
conhecimento revelado e sagrado tem a dizer. Hoje, vamos entender um pouco
mais sobre como o mal e esse grande conflito começaram. Ao longo da semana,
vamos ver alguns episódios ou batalhas do grande conflito em histórias e ensinos
fantásticos. Então, faça planos de estar aqui e ouvir o que Deus tem a lhe dizer!
Agora vejamos nossa primeira grande lição desta noite.
I. Deus criou o bem, mas alguns de Seus filhos escolheram o mal
A Bíblia ensina que as obras de Deus são boas e perfeitas. Segundo a Palavra
de Deus, não existe uma ideia de mal necessário, pois Deus é luz, e Nele não habita
escuridão nenhuma (1Jo 5:5). Pelo contrário: na criação, há variedade e sabedoria
(Sl 104:24). “Os céus proclamam a glória de Deus” (Sl 19:1). Tudo veio a existir
por meio de Suas palavras: “Ele falou e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a
existir” (Sl 33:9). “Suas obras são perfeitas, porque todos os Seus caminhos são
juízo. Deus é fidelidade, e Nele não há injustiça” (Dt 32:4). Tudo o que Ele criou
era bom, e o conjunto total era “muito bom” (Gn 1:25, 31).
Acima de tudo, Deus é amor (1Jo 4:8).
Logicamente, não há nem houve nenhum propósito divino em
provocar a existência do mal, pois de Deus só emana o bem. Ele é a fonte do bem.
Contudo, a liberdade é uma das coisas mais importantes para Deus. Ele fez
todos os seres do Universo livres. Por termos o livre-arbítrio, ou seja, o direito de
escolher e decidir por nós mesmos, somos capazes de escolher entre o bem e o
mal. Quantas vezes na vida somos confrontados com situações do tipo:
falar a verdade ou mentir, ser honestos e fiéis ou não, comer o que faz mal ou o que faz bem!
Na própria corte celestial surgiu uma nota dissonante: o pecado na forma de
orgulho. Lúcifer, o ser mais próximo da glória de Deus, almejou essa glória para
si. Ele quis ser como Deus e dominar como deus. O livro de Ezequiel apresenta
sua identidade, e o livro de Isaías revela seu projeto de poder. Ele era um “querubim da guarda”, “ungido”, “permanecia no monte santo de Deus”, era “perfeito nos
seus caminhos”, até que inexplicavelmente “se achou iniquidade” em seu coração
(Ez 28:14, 15).
“Subirei ao céu” – Lúcifer planejava – “exaltarei o meu trono acima das estrelas e me assentarei no monte da congregação, nas extremidades do Norte. Subirei
acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14:12-14). Foi
esse ser angelical que trouxe a terrível novidade do pecado ao Universo. Com
muito carisma e influência quase irresistível, sua ação de engano gerou dúvidas
em outros anjos que se uniram a ele.
Segundo o Apocalipse, “estourou a guerra
no céu. Miguel e os Seus anjos lutaram contra o dragão”; Lúcifer é o “grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo.
Ele foi atirado para a Terra, e, com ele, os seus anjos” (Ap 12:7, 9).
A rebelião de Lúcifer envolveu um terço dos anjos do Céu, segundo Apocalipse 12:4, e depois envolveu a Terra, o que veremos amanhã.
O ponto é que o mal se espalhou e gerou um enorme problema no Universo. Não foi criado
por Deus, mas foi uma parte dos anjos que escolheu o mal e se rebelou. Depois foi
a humanidade que também escolheu experimentar o mal, e então surgiram todas
as consequências terríveis que sentimos hoje. Mas Deus continuou lutando.
O grande conflito continua ao nosso redor: Deus e Satanás, anjos do bem e do
mal. Porém, o que podemos fazer para ser salvos neste cenário de guerra cósmica?
II. Lúcifer trouxe o mal, mas Jesus interveio para restaurar o bem
Se Lúcifer quis subir ao trono, Jesus desceu dele. Se o orgulho de Lúcifer
mirava a divindade, Jesus escolheu Se rebaixar e assumir nossa humanidade. Em
Filipenses, encontramos um projeto totalmente contrário ao de Lúcifer. Jesus Se
fez carne. Foi feito um pouco menor do que os anjos. “Existindo na forma de
Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer
custo. Pelo contrário, ele Se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-Se
semelhante aos seres humanos. E, reconhecido em figura humana, Ele Se humilhou, tornando-Se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2:5-8).
Perceba que Jesus desceu uma escada: de Deus a homem, de homem a servo
(ou melhor, “escravo”, segundo o texto grego), de servo a condenado à morte, a
pior e mais vergonhosa delas – a morte de cruz. Sendo Deus, Jesus Se tornou
carne, Se fez um de nós, tornando-Se Deus conosco (Jo 1:1-3, 14). Como na história de Espártaco, Ele Se tornou um escravo para libertar os escravos!
Se Lúcifer tinha um projeto de poder, Jesus tinha um projeto de serviço. Ele
não veio apenas para ter uma experiência humana e tornar-Se semelhante a nós.
No plano de Deus, Sua encarnação deveria levá-Lo à cruz, onde Ele daria a vida
por nós. Para vencer, Ele teria que “perder” aos olhos do mundo. Jesus teria que
morrer para que outros vivessem.
Ele era o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, “o Cordeiro que
foi morto” desde a fundação do mundo (Jo 1:29; Ap 13:8). Ou seja, o plano com
Seu sacrifício havia sido feito antes que o pecado surgisse. Em Sua onisciência e
sabedoria, Deus criou um plano para salvar a humanidade antes mesmo que ela
fosse arrastada para o grande conflito. Nesse plano, em vez de exigir sacrifícios e
compensações humanas, Deus Se dispôs a sofrer as consequências do pecado em
nosso lugar.
Em Apocalipse 5, João chorava porque o livro da aliança e do destino da
humanidade não podia ser aberto por ninguém. Contudo, logo ouviu: “Não
chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para quebrar
os sete selos e abrir o livro”. Quando se voltou para ver, João viu “em pé, um
Cordeiro que parecia que tinha sido morto”. O Cordeiro, que representa Jesus,
pegou o livro, e, quando fez isso, todos se prostraram, dizendo: “Digno és de
pegar o livro e de quebrar os selos, porque foste morto e com o Teu sangue
compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação […];
e eles reinarão sobre a Terra” (Ap 5:5-10).
Apesar de causar grande estrago e dor no Céu e na Terra, Lúcifer perdeu e Jesus
venceu. O pecado surgiu em um querubim ungido (Ez 28:15), mas outro Ungido
(o Messias, Cristo) veio para destruir as obras do diabo (Dn 9:24; 1Jo 3:8). Esse
envolvimento de Deus com o problema do mal é a resposta para todas as perguntas.
Jesus caminhou em um mundo de dor e morte. Ele veio para curar, ensinar e salvar.
O diabo foi lançado para a Terra enquanto o nome de Jesus foi exaltado sobre todo
nome (Fp 2:9-11). Depois de descer a escada para servir, Jesus foi glorificado pelo
Pai! Ele venceu, e nós vencemos com Ele, pelo sangue do Cordeiro (Ap 12:11).
O Filho do Homem reina, e por isso nós reinaremos com Ele (Dn 7:14, 27)!
Para reinar com Ele, precisamos tomar uma decisão hoje. Hoje precisamos
escolher. “Hoje […] lhes propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolham,
pois, a vida, para que vivam” (Dt 30:19).
O Pai, o Filho e o Espírito Santo agiram em harmonia para resolver o problema
do mal sem destruir a liberdade que nos foi concedida. Deus nos convida a usar nossa
liberdade para deixar a rebelião e crer em Jesus: “Porque Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Para ser salvo, é preciso crer Nele. Isso também significa
que precisamos querer. Por isso, antes de realizar uma cura, Jesus perguntava:
“O que você quer que Eu lhe faça?” (Lc 18:41). Hoje, nesse cenário de conflito e rebelião, Jesus
olha para você e diz as mesmas palavras: “O que você quer que Eu lhe faça?”
O mundo está mergulhado em um grande conflito espiritual. Todos os dias,
sofremos com as consequências desse conflito, que está estampado na rádio, na TV e
na internet. Por trás de tudo está a realidade do pecado, com o orgulho, o egoísmo e toda maldade.
Somente Deus pode nos salvar do pecado. Somente Ele tem o remédio para essa doença mortal que infectou parte dos anjos e todos os seres humanos.
Não temos como salvar a nós mesmos. Dependemos de um salvamento. Jesus
veio para nos salvar. Desde o Antigo Testamento, Jesus é o Cordeiro de Deus, a
resposta divina ao problema do mal. Sua dor e morte são a resposta ao pecado
que está ao nosso redor. Como Cordeiro de Deus, Ele veio para enfrentar o mal e
dar a vida por nós, pagando o preço por nossos pecados. Precisamos olhar para
Ele, crer Nele e nos render a Ele.
Somente Ele é capaz de reverter todas as tragédias e construir um novo mundo de paz. Nesta semana, vamos entender como Ele faz e fará isso. Porém, agora precisamos tomar uma decisão a Seu lado: escolher a vida, a vida que há em Jesus Cristo, pois Ele venceu por mim e por você!