Texto bíblico: “Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos. ” (Romanos 10:1).
Reflexão: Por ocasião do batismo da primavera, precisamos nos lembrar de orar também pelos que já conheceram a Deus um dia e se afastaram. Por vezes, sentimos que a pessoa que já teve sua chance e rejeitou não precisa mais de intercessão, mas a história de Abraão e Ló nos prova o contrário. Esse relato de intercessão é um dos mais impressionantes da Bíblia, talvez pelo fato de ele ter sido detalhadamente apresentado no diálogo entre Abraão e Deus, o que nos possibilita ver quão insistente foi Abraão em sua petição.
Dentre os familiares de Abraão, Ló foi o único que demonstrou interesse em seguir Abraão quando saiu de Ur dos Caldeus. Após viverem juntos em Canaã, Abraão propôs a separação devido a discórdias entre os servos das duas famílias. Ló, tirando proveito de sua generosidade escolheu a melhor terra para si, a bela campina do Jordão.
Abraão não sentiu rancor por isso. Ao contrário, algum tempo depois, quando Ló e sua família foram levados como prisioneiros, ele saiu ao socorro deles e libertou não apenas sua família, mas todos os habitantes de Sodoma. No entanto, Ló continuou se afastando de Abraão e de Deus. Habitava agora dentro de Sodoma, e, apesar de ainda ter o temor de Deus no coração, suas más escolhas haviam influenciado seus filhos para sempre.
Quando Abraão recebeu a visita de Jesus e soube da iminente destruição de Sodoma e Gomorra ele ficou muito angustiado, e a inspiração nos diz que “o homem de fé pleiteou pelos habitantes de Sodoma. Uma vez ele os salvara com a espada; agora se esforçava por salvá-los pela oração. […] Com profunda reverência e humildade insistiu em seu rogo: ‘Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza’. Não havia qualquer con
fiança em si próprio, nem jactância pela sua justiça. […] Sendo ele próprio pecador, rogava em prol do pecador. Tal espírito devem possuir todos os que se aproximam de Deus. Abraão manifestava, contudo, a confiança de uma criança a rogar a seu amado pai. Achegou-se ao mensageiro celeste, e instou fervorosamente com a sua petição” (Patriarcas e Profetas, p. 139).
A primeira lição de intercessão que aprendemos com essa história, é que precisamos de humildade ao interceder por alguém, e precisamos sentir um desejo profundo de salvá-los. Independentemente do passado que essa pessoa tenha tido, precisamos estar interessados em sua salvação.
Aprendemos também que precisamos ser insistentes na intercessão. “Abraão não pediu simplesmente uma vez, mas muitas vezes. Tornando-se mais ousado, ao serem satisfeitos os seus pedidos, continuou até obter certeza de que, se mesmo dez pessoas justas pudessem achar-se nela, a cidade seria poupada” (Patriarcas e Profetas, p. 140). A última e mais importante lição é que precisarmos amar genuinamente aqueles por quem intercedemos. “O amor pelas almas que pereciam, inspirava a oração de Abraão. Ao mesmo tempo em que lhe repugnavam os pecados daquela cidade corrupta, desejava que os pecadores pudessem salvar-se… Devemos alimentar ódio ao pecado, mas piedade e amor para com o pecador. […] Cada dia o tempo de graça de alguém se encerra. Cada hora alguns passam para além do alcance da misericórdia. E onde estão as vozes de aviso e rogo, mandando o pecador fugir desta condenação terrível? Onde estão as mãos estendidas para o fazer retroceder do caminho da morte? Onde estão os que com humildade e fé perseverante intercedem junto a Deus por ele?” (Ibid).
Que possamos ser essa voz rogando pelos afastados e as mãos estendidas para buscá-los, e que com humildade e fé possamos contribuir para que muitos filhos de Deus voltem ao lar.
Atividade: Pense em pessoas que você conhece, que se afastaram de Deus. Faça uma lista e ore por essas pessoas. Se possível, mantenha contato com elas e demonstre amor.