Hoje é o dias das mães. É o dia em que voltamos nosso pensamento e o nosso coração, de modo muito especial, para a figura daquela que merece de maneira destacada nosso respeito e consideração. Entre as muitas datas de comemoração a fatos e vultos, nenhuma mais evocadora e sugestiva do que esta. E digo mais, nenhuma tão significativa e justa. Este dia tem uma significação muito profunda, porque nele se presta uma homenagem, muito sincera e merecida à mulher que tem sido a inspiradora de grandes homens, a primeira conselheira de todos aqueles que se têm notabilizado no mundo dos negócios, da política, das descobertas, das artes, enfim de todos os empreendimentos humanos. Sem dúvida, prezados filhos, vos lembrastes de um presente rico ou pobre para a vossa mãe, mas não vos esqueçais de que a maior e mais apreciável dádiva para a mãe, é sempre o carinho e o amor dos filhos. Esta é a única recompensa que elas esperam de vós por tudo que fizeram, pelas lágrimas derramadas, pelas amarguras que tantas vezes sentiram. Lembremo-nos também daquelas, que por já haverem descansado não podem receber a nossa homenagem, mas não vos esqueçais também, de que podeis prestar-lhes homenagem vivendo de acordo com os conselhos que ela, em vida, vos dispensou. Por último lembremo-nos ainda daquelas que por toda a vida desejaram um filho, mas por não alcançarem este sonho, adotaram crianças e têm sido para elas as mais ternas e dedicadas das mães. Rememoremos neste dia a famosa estrofe de Casimiro de Abreu, escrita no exílio, longe da pátria e da mãe: Eu guardo no peito a imagem querida, do mais verdadeiro, do mais puro amor. Minha Mãe!
Origem Desta Data
De acordo com investigações insuspeitas, a idealizadora do “Dias das Mães” foi Miss Anna H. Jarvis. Em 1302, Anna Jarvis, perdeu seu pai, e no dia 9 de maio de 1905, a sua mãe. Com a morte dos pais, ela sofreu muitíssimo, pois desde menina era reconhecida como raro exemplo de amor filial. Foi no segundo domingo do mês de maio de 1907, que se realizou a primeira celebração do “Dia das Mães”, em uma reunião íntima, como homenagem à mãe de Anna Jarvis. No entanto, a primeira celebração pública se realizou no dia 10 de maio de 1908, conforme consta da placa comemorativa, que se encontra na igreja episcopal de Grafton, West Virgínia. Em maio de 1914, o “Dia das Mães” foi incluído no calendário federal dos Estados Unidos. O deputado Heflin, autor da proposta disse, no ato da assinatura do decreto pelo presidente Woodrow Wilson, estando presente Anna Jarvis: “Nunca uma bandeira nacional foi usada para festejar tão bela quanto sagrada comemoração”.
Sua Introdução no Brasil
Foi a Associação Cristã de Moços, que teve a iniciativa, no Brasil, de consagrar um dia do mês de maio às mães. Passou-se o acontecimento em 1919, em reunião presidida pela escritora brasileira Júlia Lopes de Almeida. Mas, a sua oficialização em nossa pátria, partiu de uma iniciativa da Senhora Alice de Toledo Tibiriçá, que na qualidade de presidente do II Congresso Internacional Feminino, em Junho de 1931, se dirigiu ao Presidente Getúlio Vargas, nos seguintes termos: “As mulheres do Brasil, reunidas por um alto ideal de confraternização feminina, para trabalhar pelo progresso do país e da sociedade, desejam homenagear as mães brasileiras – o maior fator de nosso aperfeiçoamento
Mensagem para o Dia das Mães 3 morai – pedindo através desta mensagem a oficialização do “Dias das Mães”, no segundo domingo de maio, a exemplo do que já se fez nos Estados Unidos da América do Norte”. Atendendo a esta solicitação, o Governo, instituiu oficialmente o “Dia das Mães”, no segundo domingo de maio.
A Tradição dos Dois Cravos
Partiu também de Anna Jarvis a delicada idéia dos dois cravos: vermelho e branco. Ficou estabelecido que os filhos, cujas mães estivessem vivas, deviam apresentar-se com um cravo vermelho na lapela, e aqueles que fossem órfãos, usariam o cravo branco. A sugestão foi bem aceita e generalizou-se imediatamente. A flor vermelha, no dizer de Humberto de Campos, é o símbolo da ternura e da alegria, enquanto a flor branca é uma terna representação do carinho e da saudade.
O Valor de Uma Mãe
Infelizmente, muitos de nós só sabemos dar valor ao que temos, depois de o haver perdido. Se fosse possível, muitos milionários de bens materiais estariam dispostos a dar toda a fortuna para ter ao lado sua querida mãe! Mas podemos conjecturar, que muitas vezes, aquela que lhes orientou os primeiros passos na vida, foi entristecida pelo seu procedimento reprovável. Humberto de Campos, certa vez, exprimiu muito bem o quanto vale nossa mãe: “O ouro da terra pode comprar um título, um trono, um império, uma situação na política ou um nome notável na História; não dá, porém, jamais a mãe e quem a perdeu”. Quando escreveu isto ele havia perdido a sua mãe. A mãe, disse alguém, é a imagem humana da Providência Divina. Nem todos os seres são mães, mas todos são filhos, logo não pode haver quem desaprove ou desprestigie a homenagem às mães. Desse modo, desnecessário se torna afirmar que não havendo preito mais merecido do que o destinado a elas, os filhos devem expressar-lhes sua leal homenagem de reconhecimento e gratidão. Disse alguém com muita propriedade o seguinte: “Muitas das coisas mais belas do mundo nos são oferecidas em profusão: rosas às dúzias, estrelas por galáxias, flores e árvores repletas de neve, nós as usufruímos com liberalidade, mas mãe só temos uma.” Se as mães não têm produzido grandes obras artísticas e literárias, nem compuseram extraordinárias sinfonias, nem descobriram famosos inventos, elas educaram e prepararam estes notáveis homens que se destacaram em todos os ramos dos empreendimentos humanos. Por isso estes filhos deviam levantar-se chamando-as de “bem-aventuradas”. Durante os primeiros anos a mãe é, em muitas maneiras para a criança, o que Deus é para o homem. Talvez seja esta a razão por que Jorge Herbert disse: “Uma boa mãe vale por uma centena de mestres”. A vida dos filhos está em função da vida das mães. A alegria, o bem-estar e a felicidade destas dependem da alegria, do bem-estar e da felicidade daqueles. Se todos os filhos se compenetrassem dessa dependência, ouviriam e praticariam os conselhos maternos e só um desejo alimentariam: torná-las as mulheres mais felizes do mundo.
Responsabilidade das Mães
Prezadas mães que me ouvis, olhando para o anverso da medalha, não vos esqueçais, de que não existe glória sem responsabilidade. Se a mais pura, a mais espontânea e sincera manifestação de elogios se deve às mães; se o melhor lugar do coração lhes deve estar reservado, compenetrai-vos bem da grande e importante responsabilidade que pesa sobre vossos ombros. Como formadoras de personalidades, sois responsáveis pelo alicerce do prédio da vida humana. As mães é que plantam ou regam as primeiras sementes na formação do caráter. E o primeiro material que entra na formação do espírito dificilmente se extingue. Este dia não deve ser apenas um pretexto sugestivo para esta comemoração tão grata. Ele deve ser um dia de grandes lições morais, um dia impregnado de profundo sentido educativo. Nesta data, seria oportuno que às mães fossem lembradas suas obrigações. Para que não fugissem da sua árdua responsabilidade de ampararem os filhos e sobretudo pelo preceito e pelo exemplo, comunicar-lhes energias morais que imunizem os filhos, contra as forças desagregadoras da nossa sociedade. Deveis saber, queridas mães, que a infância dos vossos filhos se vos apresenta como a feliz oportunidade para os orientardes bem a fim de escolherem somente o que possa honrar a família, a pátria e a Deus.
A Positiva Influência de Uma Mãe Virtuosa
Dentre tantos significativos exemplos, destaquemos apenas estes:
a) Emanuel Kant, o famoso filósofo alemão, repetia, muitas vezes, a decisiva influência, que sua dedicada mãe exerceu sobre sua personalidade. Senhora de poucas letras, mas de alma grande, dedicou o filho na sublime senda da moral e da virtude. Gostava de passear com o filho pelo meio da natureza, chamando-lhe a atenção para o amor e o poder de Deus. Kant declarou no final da vida: “Nunca me esqueci de minha mãe, porque foi ela que fez germinar o bem que sinto na alma.”
b) Sobre o túmulo de uma mãe, no cemitério do Monte Parnaso há este significativo epitáfio: “Repousa em paz minha mãe! O teu filho sempre te obedecerá!”
c) Cornélia – a mãe dos Gracos. A muito conhecida e sempre repetida história de Cornélia deve ser mais uma vez relembrada.
Cornélia era conhecida na História Romana como a “Filha de Cipião”, título para ela sem dúvida honroso e dignificante, mas por uma questão de fórum íntimo, ela decidiu que se tornaria conhecida como a “Mãe dos Gracos”. Dedicou-se com tanto amor, zelo e ternura à educação de seus filhos, que eles vieram a exceder o nome e a fama do seu avô – Cipião.
Dois pequenos incidentes são suficientes para comprovarem nossas assertivas:
1º) Certo dia quando as amigas lhe pediram que mostrasse suas jóias, ela apresentou seus filhos, dizendo: “Eis aqui as minhas jóias”.
2º) Quando seus filhos faleceram, o governo reconhecendo os seus grandes méritos e a decisiva influência materna sobre eles, erigiu em uma das praças de Roma uma estátua, em homenagem à mãe, com a seguinte inscrição: “Cornélia – Mãe dos Gracos”.
d) “Tudo o que sou e espero ser, devo-o a esse anjo, a minha mãe” – afirmou Abraão Lincoln.
e) Relembraríamos a quem tiver a responsabilidade de proferir palestras na Escola, na Igreja, ou em quaisquer outras Entidades, no “Dia das Mães” a oportunidade e o valor de realçar a influência positiva e benfazeja da mãe de Moisés, Samuel, Jesus e outras mulheres da Bíblia na formação e educação de seus filhos.
Conclusão
Ao concluir, sem usar substantivos eruditos, nem adjetivos retumbantes, desejo depor o meu modesto, mas comovido preito de gratidão à minha mãe, a quem deva muito do pouco que alcancei na vida e também às prestimosas e dedicadas mães da minha igreja e da nossa comunidade.
Queridas mães, vós sois no mundo o que há de mais puro e de mais santo; por vós somos nós o que somos, e sem vós esta vida seria vazia e
Mensagem para o Dia das Mães 7 sem significação. E se em nós, algum bem existe, a vós o devemos. Que a memória e recordações do vosso amor e sacrifícios, nos ajudem a viver uma vida mais pura e mais conforme com aquele modelo, que vós idealizastes para nós algum dia, embalando o berço entre lágrimas e alegrias.
Prece às Mães
As palavras seguintes, de Maciel de Oliveira, são oportunas para este dia e eu até lhe daria o título de “Prece às Mães”.
“Esse amor é imutável. Somente a dedicação da mãe pelo filho nunca sofreu modificações. Essa dedicação é a mesma em todos os séculos e em todos os corações femininos. Tremule nervosamente a flama da tendência romântica no espírito humano ou ruja o ímpeto da propensão moderna na alma da criatura e o entusiasmo da mãe pelo filho prossegue inabalável. “Louvemos, portanto, essas almas jamais corrompidas pelas influências externas, louvemos portanto esses corações, fontes de amor puro e os sustentáculos de uma espécie que sobrevive graças à virtude das mães. “Louvemos, portanto, este “Dia das Mães” tão carinhosamente festejado como sinal de respeito e estima. “Louvemos, portanto, essas almas nascidas para o mesmo fim, para a mesma missão de desprendimento, de apreensões, de cuidados, de dor e de grandeza. “Aleluia festiva reine nas expansões dos que ainda podem gozar da convivência de sua mãe viva e emoção de saudade por um instante, pela doce lembrança dos momentos com ela vividos”.
Ser Mãe
Ser mãe é desdobrar, fibra por fibra o coração!
Ser mãe é ter no alheio lábio que suga, o pedestal do seio, onde a vida, o amor cantando vibra.
Ser mãe é ser um anjo, que se libra sobre um berço dormindo! é ser anseio, é ser temeridade, é ser receio, é ser força, que os males equilibra!
Todo o bem, que a mãe goza, é bem do filho, espelho, em que se mira afortunada, luz, que lhe põe nos olhos novo brilho!
Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada! Ser mãe é padecer num paraíso!
Coelho Neto