O plano de Deus para os reinos terrestres tem um objetivo claro, que é levar seus filhos a um lar sem sofrimentos
Por Josanan Alves| Brasil27 de outubro de 2022
Nos textos anteriores, você encontrará artigos de uma série com base em meu livro, Herdeiros do Reino, lançado pela Casa Publicadora Brasileira (CPB). Baseado no livro bíblico de Daniel, apresento lições que extraí dele para minha vida. Abaixo, compartilho com você uma versão resumida do quinto capítulo. Caso ainda não tenha lido os demais, acompanhe-os aqui.
“Os problemas humanos só podem ser resolvidos por uma intervenção sobrenatural que inaugura um novo reino” (Christopher Wright).
Deus revelou a Daniel que a insegurança dos poderes da Terra será substituída pela segurança do reino de Deus, que é apresentado com as seguintes palavras: “O Deus do céu levantará um reino que jamais será destruído e que não passará a outro povo. Esse reino despedaçará e consumirá todos esses outros reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Daniel 2:44).
Há muitas informações nesse texto. Deus está nos dando a garantia de que levantará um reino que jamais será destruído. Isso é grandioso. O reino eterno de Deus é apresentado ao longo da Bíblia com palavras maravilhosas. O profeta Isaías nos diz que nesse reino “nunca mais se ouvirá falar de violência na sua terra, nem de ruína ou destruição em seu território, mas às suas muralhas você chamará ‘Salvação’, e aos seus portões, ‘Louvor’. Nunca mais o sol será a sua luz durante o dia, e o resplendor da lua nunca mais a iluminará; pois o Senhor será a sua luz perpétua, e o seu Deus será a sua glória. O seu sol nunca se porá, e a sua lua nunca minguará, porque o Senhor será a sua luz perpétua, e os dias do seu luto chegarão ao fim” (Isaías 60:18-20).
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No entanto, o profeta Daniel não fala apenas que o reino de Deus seria estabelecido, mas também revela que o reino de Deus despedaçará e consumirá todos os outros reinos. Não devemos pensar no reino de Deus como um dos impérios da imagem que seria adicionado ao final da sequência de reinos. Não é mais uma troca de reino, é o estabelecimento de um reino eterno. E, para que isso seja possível, todos os outros reinos devem ser destruídos, inclusive os “pequenos reinos” que estabelecemos em nosso coração.
Permita-me ser um pouco mais claro. A profecia de Daniel 2 nos ensina que, se Deus tiver que derrubar um reino para deixar claro que Ele tem o domínio e que as riquezas e poderes da Terra são passageiros, Ele irá fazer isso. Não importa quão valioso e querido ele seja para mim ou para você. E isso tem um motivo: Deus nos ama e sabe que o único reino seguro para os Seus filhos é o celestial.
Deus irá destruir todos os reinos humanos, pois está muito claro que estes não deram certo. O homem não se tem tornado melhor, mais bondoso e altruísta, apesar de todo o progresso feito e conquistas alcançadas.
O escritor G. K. Chesterton estava certo quando respondeu a um pedido do jornal The Times para que os leitores respondessem à pergunta: “o que há de errado com o mundo?” Acredita-se que Chesterton escreveu:
Estimado Senhor,
Eu.
Atenciosamente,
G. K. Chesterton
O plano de Deus
Isso pode parecer forte, mas a estátua do sonho de Nabucodonosor prova que não há espaço para dois reinos ao mesmo tempo. Por isso, um reino substitui o outro até que o reino de Deus chegue. Tudo isso tem um significado.
Em algum momento você já desejou fazer parte do Reino de Deus? Você já se entregou a Cristo e decidiu aceitar a oferta de viver eternamente com Ele? A grande questão é que esses desejos, por mais corretos que sejam, expressam apenas o anseio de que o Reino de Deus seja estabelecido, mas, além disso, devemos permitir que Deus despedace e consuma todos os outros reinos do nosso coração antes de nos levar para o Seu reino. Deus pode fazer isso se você permitir, mas saiba que pode ser um processo longo e doloroso. Estamos tão apegados aos valores dos reinos que serão destruídos, que a libertar-nos deles implica sentir dor.
Essas são palavras duras, mas elas revelam o propósito de Deus de estabelecer o Seu reino em nossa vida, mesmo que para isso tenha que destruir os reinos aos quais estamos agarrados. O verdadeiro propósito da fidelidade na Bíblia é revelar em que reino estão os nossos tesouros. Por exemplo, não pense que o propósito da fidelidade dos dízimos e ofertas é manter o funcionamento da igreja, na verdade esse é o uso dos dízimos e ofertas, mas o propósito é o seguinte: “O sistema de dízimos, vi, desenvolveria o caráter e manifestaria o verdadeiro estado do coração.”[1]
Desenvolver um caráter compatível com o nosso lar celestial e deixar claro quão apegados estamos aos valores terrenos. “Deus nos prova aqui mediante o confiar-nos bens temporais, para que nosso uso deles mostre se nos podem ser confiadas riquezas eternas. Unicamente à medida que a vida abnegada de Cristo se reflete em nossa vida é que podemos estar em harmonia com o Céu, e estar aptos a entrar lá.” [2]
Nunca devemos esquecer que o que nos aguarda na eternidade é infinitamente melhor do que qualquer coisa deste mundo.
Referências:
[1] Ellen G. White, Testemunhos para a igreja, vol.1 (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2006), p.237.
[2] Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, vol. 2 (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009), p. 134.Artigo anterior
Josanan Alves
Primeiro Deus
Histórias e provas de fidelidade a Deus em todos os momentos e circunstâncias da vida.
Josanan Alves de Barros Júnior é formado em Teologia. É o atual diretor do departamento de Mordomia Cristã da sede sul-americana da Igreja Adventista. @JosananAlves