Ele tem o melhor enredo

Dia 3 | Segunda-feira – VIRE A PÁGINA


Alguma vez você teve o sentimento ou mesmo a convicção de que decepcionou Deus? Como podemos ter certeza de que obteremos Sua ajuda para virar a página de nossa vida e começar um novo capítulo se O decepcionamos?
Todos os dias temos a chance de começar um novo capítulo. Cada dia que
amanhece, cada nova estação, cada novo ano, temos a chance do recomeço.
Cada tropeço, erro ou equívoco, cada vez que perdemos algo ou alguém,
precisamos ter a noção de que necessitamos virar a página.
Helena precisa virar a página. Depois da separação do marido, ela volta para
a casa dos pais. Ali tem ao seu lado pessoas dispostas a ajudá-la a recomeçar,
mas, na busca para entender de quem era a culpa por estar vivendo essa
situação, o relacionamento com os pais estremeceu. Helena chegou à conclusão de que o problema, na verdade, não era o ex-marido, não era sua teimosia ao escolher a pessoa errada (embora tivesse sido alertada), mas era seu jeito de ser e, então, atribuiu a culpa de seu jeito de ser aos pais pela
educação que lhe haviam dado.
Um dia, acordou determinada a virar a página. Foi em busca de um emprego e conseguiu. Saiu de casa indo morar com uma nova amiga que havia conhecido no trabalho, Cida. Essa amiga era muito divertida, ativa e a mantinha para cima, não fosse por um problema: Cida entendia que a vida deveria ser
vivida ao máximo, hoje, aqui, agora, sem considerar as consequências. Essa
ideia foi sendo assimilada aos poucos por Helena, que passou a não ter mais
receio de fazer o que sempre havia sido orientada por seus pais a não fazer.

Diante desse novo raciocínio, a culpa parecia ter sido resolvida. Apenas parecia, porque, embora estivesse em um uma nova fase, um novo capítulo, ela o escrevia com base em um engano: “certamente não morrerá, seus olhos vão se abrir”, “você precisa conhecer os dois lados da moeda”, “vá se
divertir; a vida é muito curta”.
Como Eva, Helena estava sendo iludida, mas a escolha de abandonar os
conselhos e orientações era dela. Logo Deus não estaria mais fazendo parte
de sua vida, porque ela O via como Alguém que limitava sua felicidade com
Suas leis. Para Helena, recomeçar parecia algo divertido, e ela o faria do seu
jeito, sozinha, sem os pais e sem Deus. “Liberdade plena”, pensava ela. Parecia uma boa ideia para um novo capítulo? Talvez possamos redirecionar coisas simples e corriqueiras sozinhos, mas, quando se trata de nossa vida, de nossa felicidade, de nosso futuro, precisamos repensar sobre essa atitude.


I. Mudança na direção errada
Pessoas mudam de direção, redirecionam sua vida o tempo todo. A Bíblia
está repleta de pessoas que deram uma guinada de 180 graus na vida. Hoje
vamos nos inspirar em um homem cujo recomeço foi tão marcante que seu
nome foi mudado de enganador (Jacó) para príncipe de Deus (Israel). Mas
que razões ele teria para mudar de rumo?
Ler Gênesis 25:21-23.
Parece que o começo de Jacó foi errado. Ele havia sido escolhido desde o
ventre materno para ser pai de uma grande nação abençoada por Deus e
para receber a bênção da primogenitura, por meio da qual a profecia do
nascimento de Jesus aconteceria. Só tinha um probleminha: seu irmão Esaú
havia nascido primeiro. Ele era o segundo filho, mas era o escolhido! Pela
lógica das leis judaicas, a riqueza material e espiritual deveria ser passada do
pai para o mais velho. Ele receber as bênçãos da primogenitura significaria
uma inversão; o mais velho serviria o mais novo, e não o contrário. Algo irreal.
Aquele que recebia a bênção da primogenitura devia ser o sacerdote da
família, devia ser obediente aos mandamentos de Deus, sempre consultando
o Senhor para todas as coisas.
Isaque declarou que Esaú teria direito à primogenitura. Porém, Esaú via a primogenitura como um peso. Ele queria seguir seu próprio coração, tendo a
liberdade de fazer o que gostava. Para Esaú, poder, riqueza e festas eram a felicidade. Jacó, no entanto, era ponderado, diligente e cuidadoso, cuidava do
gado e da lavoura. Tinha uma vida regrada, pensava no futuro e não almejava
as posses do pai, mas entesourava tudo o que era dito a respeito da primogenitura espiritual. Seu coração batia forte quando ouvia sobre esse tema.
Tendo o perfil desses dois rapazes, não fica difícil entender por que Deus disse que em Jacó Ele estabeleceria Sua descendência. Então, por que ele não
nasceu primeiro? Por que o Senhor não mudou a situação no ventre?
Nossa vida também é cheia de aparentes incoerências. Por exemplo: Por que
vemos uma pessoa inconsequente e egoísta prosperando enquanto uma
pessoa boa perde seu emprego? Como entender que podemos ser livres
e ter paz em Cristo se vivemos em guerra constante com nossa inclinação
natural? Se ser cristão é um privilégio, por que há tantos sofrendo ansiedade
e depressão?
É verdade que Deus poderia fazer Jacó nascer primeiro. É certo que Ele não
gosta de ver ninguém sofrendo, seja perdendo um emprego, passando por
uma separação, uma traição, sofrendo injustiça no mundo ou ainda vivendo
um quadro depressivo. O fato é que nosso começo ficou errado. Por quê?
Como já vimos, a introdução de nossa história foi perfeita, mas tudo mudou
depois da entrada do pecado e iniciamos um capítulo onde nada mais é justo
e perfeito. Era para termos nascido no Paraíso, mas nascemos em uma maternidade sob a dor do parto, lutando desde o primeiro momento pela sobrevivência, para sermos aceitos, amados e valorizados.
Para Jacó, a promessa era real, mas não as possibilidades para isso. Na mente
dele, algo deveria ser feito, mas por quem? Como e quando? Não adianta
questionarmos Deus, a maneira como Ele trabalha e o tempo por Ele designado. Precisamos entender que Deus vê o óbvio pela perspectiva de Sua onisciência, que é justa e amorável, e nós, vemos pela perspectiva do momento.
Ellen White nos informa que “Deus não conduz jamais Seus filhos de maneira
diferente da que eles escolheriam se pudessem ver o fim desde o princípio”
(Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 479).
Muitas vezes, Deus permite dificuldades e as aparentes incoerências para que
não nos acomodemos, mas busquemos algo melhor e lutemos por isso para
que tenhamos a consciência de que necessitamos de uma virada de vida,
aprendamos a depender Dele e O conheçamos melhor. A questão que fica
é: que armas usar nesta luta, nesta virada, com quem se aliar?
II. A mudança errada
Ellen White diz que “Dia e noite o assunto lhe ocupava os pensamentos, até
que se tornou o interesse absorvente de sua vida. […] Acreditava que a promessa relativa a si não se poderia cumprir enquanto Esaú retivesse os direitos
de primogênito, e procurava constantemente descobrir um meio pelo qual
pudesse conseguir a bênção” (Patriarcas e Profetas, p. 122). E assim, aproveitando-se de uma oportunidade, Jacó propôs a venda da primogenitura para
dar início à mudança de sua vida. Seu irmão faminto, cansado, desfalecido e
indiferente a vendeu. Uma mudança de rumo equivocada.
Amigo, uma coisa é você ter um objetivo na vida e lutar por ele; outra coisa
é você ficar obcecado por ele. Para Jacó, o interesse na primogenitura se
tornou o tema absorvente de sua vida. Ficou cego por ela. Quando nossa
mente fica absorta em uma ideia, corremos o risco de perder os critérios para
conquistar o que desejamos. Não sabemos se Jacó imaginava que seu irmão
venderia a primogenitura por um prato de lentilhas, mas cremos que ele ficava atento a qualquer situação, vendo-a como uma oportunidade para corrigir
o “erro” de seu nascimento. O caso é que assim foi: a primogenitura foi vendida, e a transação foi feita verbalmente entre eles. Passaram, entretanto, muito
anos para que a virada, segundo os planos de Jacó, se efetuasse.
O pai Isaque, já idoso, resolveu não demorar mais na concessão da bênção
ao filho mais velho. Sabendo da oposição de Rebeca, a mãe, e do desejo de
Jacó, ele decidiu dar a bênção a Esaú às escondidas. Sim, às escondidas! Esse
era um momento que sempre se transformava em um evento familiar com
direito a banquete, e Isaque passou a planejar algo secreto. Rebeca, no entanto, adivinhou seu propósito. Ela sabia que isso era contrário à vontade de
Deus e, sem conseguir convencer Isaque, apelou para o engano, a mentira.
Enganaria Isaque já que ele estava praticamente cego. Mas será que convenceria Jacó com facilidade? Enganar o pai poderia trazer maldição em vez
de bênçãos. Porém, Jacó cedeu. Conseguiu o que sempre quis. Entretanto,
ganhou também inquietação e tristeza por seu engano, não apenas nos momentos seguintes, mas por muito tempo.

O resultado foi triste para Jacó e Rebeca. Jacó, ameaçado de morte pela ira
de Esaú, saiu de casa como fugitivo, e Rebeca separou de si o filho amado
para nunca mais o ver. Que ironia, não do destino, mas em escolher uma
mudança do jeito errado. Jacó tinha a bênção paterna, mas não tinha paz.
Tinha o direito à primogenitura, mas não tinha mais um lar. Quanta angústia
simplesmente porque esqueceu que Deus é Deus!
Não basta termos a consciência de que necessitamos virar a página, mas precisamos fazê-lo da maneira correta. Certamente, o inimigo agiu na mente de
Jacó, pois ele sabe que, quando tentamos mudar sem Deus, os planos que
Ele tem para nós, que são de paz e não de malevolência, não se cumprem.
Era do interesse de nosso inimigo que Jacó falhasse, pois, assim, impediria,
atrasaria o cumprimento da promessa do nascimento de Jesus como o Resgatador que viria através de Seus descendentes.
O que você necessita mudar? O que não deu certo? Seu relacionamento está
em sérias dificuldades? Precisa esclarecer um mal-entendido? Necessita mudar de ideia, de visão a respeito de algum tema? Necessita solucionar um
problema? Precisa de uma virada porque perdeu algo material ou perdeu
a saúde, seu senso de valor? Precisa se reciclar porque perdeu a coragem,
a alegria, a vitalidade, a tranquilidade? Ou será que perdeu de vista Deus e
precisa restabelecer seu relacionamento com Ele?
Para todos esses aspectos, a paciência, a perseverança e a fé precisam estar
presentes. Nos dias atuais, isso parece complexo. Tudo é para ontem. Queremos mudanças de vida, soluções para os problemas e respostas de Deus tão
rapidamente quanto dar um enter no teclado do computador ou apertar a tecla
de liga e desliga do celular, ou quem sabe, apertar a tecla de busca do Google.
A impaciência se tornou uma característica comum nas pessoas, e os recomeços
são trabalhados sem pensar muito, do jeito que se acha, mesmo que não seja
tão certo, mas a questão é: não há tempo a perder, tudo é para agora.
Mas aqui há um ponto fundamental: o que fazemos com o assim diz o Senhor? Você pode argumentar que não há na Bíblia uma solução para todos
os problemas que enfrenta. Realmente. A Bíblia não tem um exemplo para
cada caso, mas ela tem os princípios que norteiam cada situação nos ajudando a trabalhar os recomeços de maneira adequada, pelos motivos certos,
com as ações adequadas. Há situações em que Deus já deixou muito claro
os princípios de vida, de convivência, de liderança, e mudar acertadamente
depende de uma atitude coerente com os princípios deixados. Se assim fizermos, não precisaremos fugir como Jacó nem arranjar outras fugas como o
trabalho em excesso, a bebida, a imoralidade, a vaidade, a paz aparente, etc.


III. O ponto da virada
Ler Gênesis 28:10-16.
Decepcionado em ver aonde tinha descido moral e espiritualmente para
conseguir o que desejava, Jacó se sentia rejeitado. O desespero lhe oprimia
a alma, e ele não se atrevia a orar. Achava-se o mais indigno de todos os homens e, embora não conseguisse falar com Deus, a solidão o levou a desejar
Sua proteção como nunca desejara antes. Como poderia pedir ajuda Àquele
a quem havia ignorado?
Quando desesperados, com o sentimento de culpa em alta pelo pecado
cometido, pelas ações erradas, pelos pensamentos indevidos, sentimo-nos
como lixos ambulantes, sem coragem de falar com Deus. Quando a vergonha
é maior que a esperança, a oração parece não ter sentido, e, às vezes, nem
a Palavra de Deus. Porém, o desamparo nos faz desejar alguém totalmente
confiável e amável para nos abraçar. Onde encontrar? Não existe outro, senão
Deus. É neste momento que precisamos nos humilhar, confessar nossa falta e
suplicar perdão como Jacó fez.
Jacó não tinha certeza de que poderia ser perdoado e receava ter decepcionado a Deus, de ter manchado a página de sua vida de tal maneira que não
poderia ser ouvido ou atendido. Cansado da viagem, cansado de si mesmo, de tanta dor e angústia, ele se deitou no chão tendo uma pedra como
travesseiro. Olhou para o céu cheio de estrelas. Deus parecia muito distante
dele enquanto o mal estava muito perto. Somente uma prova dada por Deus
poderia confirmar o perdão divino. O que pedir como prova? Ele não sabia,
apenas queria uma.
“Senhor, diga alguma coisa, mostre de alguma forma que o Senhor não desistiu de mim. Do contrário, não terei certeza de que posso mudar e virar a
página de minha vida.” Ali Jacó adormeceu e sonhou.

Quando envolvidos na angústia, precisamos encontrar um tempo para descansar. Para virar a página e retomar a vida, é preciso parar, se humilhar, confessar e pedir perdão. Mesmo que tudo ao redor pareça colocar Deus muito
distante, precisamos acreditar que a distância de Deus até nós não é maior
que a de uma oração. A oração é o caminho para a libertação. Ela nos aproxima de Deus. É a terapia divina para os aflitos, angustiados e humilhados pela
vida e por suas escolhas.
Depois que Jacó orou, a pedra se transformou em travesseiro. É isso o que a
oração faz, transforma a natureza da situação. A oração não muda o fato em si,
o erro não se transforma em acerto, mas a oração muda a maneira como nos
sentimos diante do problema. É a oração que nos dá uma nova perspectiva e
a certeza de que não estamos sozinhos: há Alguém superior ao nosso lado. A
oração em si não tem poder instantâneo de nos transformar ou mudar o problema, mas é o único meio que autoriza Deus a usar Seu poder para nos transformar e mudar o que for preciso para virar a página e escrever nossa história.
Você está sem forças para orar? Expresse isso ao Senhor e já estará abrindo
o coração! Isso é orar! Está precisando de uma prova de que está sendo ouvido, de que foi perdoado? Peça ao Senhor e, então, descanse e aguarde.
Jacó necessitou de uma prova. Deus lhe deu um sonho. No sonho, ele viu
uma escada brilhante cuja base tocava a terra e cujo topo tocava o céu. Nela,
anjos subiam e desciam, e, sobre ela, o Senhor estava. Diante dessa visão, a
voz de Deus foi ouvida confirmando a promessa feita a Abraão e estendendo-a a Jacó, bem como a certeza de que Deus estaria com Ele todo o tempo.
Não sei de quais provas você precisa. Mas se realmente for importante para
sua virada espiritual, Deus atenderá. Porém, primeiro você precisa compreender o que foi revelado na escada de Jacó – a revelação essencial de que
Jesus é o caminho para a virada. Ele é Aquele que conecta o homem em sua
fraqueza e desamparo à fonte do poder infinito. Não há mudança sem Jesus.
Não há virada sem entrega e sem oração. Hoje Ele quer dizer a você o que
disse a Jacó.
Ler Gênesis 28:13-15.

IV. Recomeço divino
Quando a entrega é feita, damos a oportunidade para a mudança, não mais
a nossa, mas a divina. No dia seguinte, Jacó se levantou e, com gratidão no
coração, fez um voto ao Senhor.
Ler Gênesis 28:20-22.
Será que você não está vendo os benefícios que Deus concede? Normalmente, quando nosso coração está voltado para nós mesmos, não conseguimos
ver Deus. Se focarmos em nossa autossuficiência ou em nossa ineficiência, se
vivermos relembrando as realizações pessoais ou insistirmos em falar sobre os
muitos problemas, não veremos o Senhor, pois essas coisas são empecilhos
para reconhecer Seus benefícios.
Depois desse reconhecimento, Jacó seguiu em busca da virada baseada nos
princípios de Deus. Sua história a seguir mostra que mudar e crescer espiritualmente não nos afasta de problemas e injustiças, mas nos faz fortes para
resistir ao mal e suportar com fé na esperança das promessas.
Jacó trabalhou vinte anos para seu sogro. Nesse tempo, sentiu na pele o que
é ser enganado e injustiçado, porém se manteve fiel aos princípios. Deus
o tornou muito próspero. Labão e seus servos ficaram desconfortáveis com
esse sucesso. Jacó precisava deixar aquele lugar, mas o receio de se encontrar
com Esaú era muito grande.
Já percebeu, amigo, como buscamos rotas alternativas, suportamos coisas que
nos machucam, tudo porque temos medo de enfrentar a verdade ou as consequências da verdade? Jacó tinha medo de seu irmão Esaú. Por isso, suportava as
afrontas de Labão permanecendo ali com ele. Por outro lado, ele também suportava todos esses males como se os merecesse, como punição por todo o seu erro.
O caminho para a mudança pode ser travado não por falta do perdão de
Deus, mas por causa de nós mesmos. Queremos o perdão, mas duvidamos
que tenhamos sido perdoados e não nos perdoamos. Queremos uma virada,
mas não queremos enfrentar aquilo que nos atormenta. Então, vem a pergunta: o que fazer com o passado? O passado está gravado, não tem como ser
removido, mas pode servir de alerta contra novos erros e pode ser reinterpretado, não no sentido de achar justificativas, mas em mostrar como a graça de Deus nos resgatou.

Seguindo seu caminho, o patriarca se sentiu inseguro, pois não sabia como
encontraria Esaú e temia pela vida de seus queridos. Enviando seus servos e
família à frente, em direção à terra de seus pais, Jacó permaneceu no vale de
Jaboque. Ansiava ficar a sós com Deus. Precisava, mais uma vez, da certeza do
perdão e da confirmação da presença de Deus.
Na escuridão da noite, sentiu uma forte mão a lhe tocar os ombros. Acreditando ser um inimigo, lutou por sua vida. Não seria agora no trajeto final para sua
virada que ele desistiria. Jacó lutou até o amanhecer, quando seu adversário
lhe tocou na coxa e instantaneamente o fez ficar manco. Naquele momento,
ele entendeu que não lutara com um homem comum, mas com Cristo, o
“Anjo do concerto”. Jacó estava manco, sofrendo terrível dor, mas não largou
o Anjo e suplicou uma bênção dizendo: “Não Te deixarei ir, se me não abençoares” (Gn 32:26).



Há algumas lições a aprendermos a respeito dessa experiência de Jacó no
vale de Jaboque. Se desejamos virar a página e ser bem-sucedidos, Jacó nos
ensina que:
1º Virar a página exige confissão de pecado.

Isso requer coragem de olhar
para dentro de si mesmo e descobrir quem se é de verdade. É preciso reconhecer o pecado pelo nome e falar a Deus que necessita de perdão e que
deseja ser transformado.
2º Virar a página requer luta e perseverança.

Jacó lutou a noite toda. Nem o
deslocamento da coxa pôde barrar ou impedir Jacó de receber sua bênção.
O que tem impedido você de ser abençoado, de ser vitorioso? O que tem
tirado você da luta? O que tem roubado sua perseverança para uma virada
em sua vida, especialmente sua vida espiritual? Vale a pena não largar o que
está impedindo essa virada?
3º Virar a página demanda paciência e esperança. A luta de Jacó com o anjo
do Senhor ocorreu durante toda a noite. Noite é tempo de escuridão, de
dificuldade. A adversidade, a luta, pode durar uma noite inteira, mas, ao amanhecer, virá a bênção do Senhor. Tenha paciência e persevere “Porque a sua
ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma
noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30:5).

4º Virar a página requer aceitar o toque de Deus.

Na luta, Jacó foi ferido fisicamente, quando o Senhor tocou em seu corpo (coxa), e moralmente, quando
o Senhor tocou em seu caráter, mudando, inclusive, seu nome para Israel. O
fraco Jacó se tornou o poderoso Israel, pois seu nome também pode ser traduzido como “aquele que luta com Deus e prevalece”. Até aquele momento,
ele era Jacó, o agarrador de calcanhar. Mas Deus veio para torná-lo Israel, o
que tem as promessas eternas de Deus, morador de Canaã. Terminava ali a
história de um suplantador, e começava a vida do pai de uma grande nação.
Deus nos chama para uma virada. Não sei onde você se encontra neste momento: se chegou à conclusão de que teve um começo errado, se está tentando consertar as coisas do seu jeito, se está vivendo um período de fuga e espera, ou se está passando pelo vale de Jaboque. De uma coisa eu sei: Deus
quer mudar sua história, inclusive o significado do seu nome. Mas, para isso,
Ele necessita da sua permissão. Convido você a clamar como Jacó e dizer:
“Senhor, não Te deixarei se não me abençoares. Não Te deixarei enquanto
não sentir o Teu perdão. Não Te deixarei enquanto não souber o que queres
que eu faça. Não Te deixarei enquanto não sentir que tudo está em pratos
limpos. Não Te deixarei enquanto não transformares minha vida”.
“E Deus não fará justiça a Seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e de noite,
ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Lucas
18:7, 8” (Patriarcas e Profetas, p. 139).


Você pode escolher nascer de novo e entregar sua vida a Deus por meio do
batismo. Clame. Deus fará a virada de sua vida.