O PRÍNCIPE E A PLEBÉIA

PR. ALEJANDRO BULLÓN

História O príncipe e a plebéia - História escrita por candy_786 - Spirit  Fanfics e Histórias


“O texto bíblico para a mensagem de hoje está no livro dos Cantares de Salomão, capítulo 2, verso 4: “Leva-me à sala do banquete, e o seu estandarte sobre mim é o amor.” (Cantares 2:4)


O livro dos Cantares de Salomão é a história de amor entre um príncipe e uma plebéia, que nos mostra, de alguma maneira, a história de amor entre Jesus, o príncipe dos príncipes, e a pobre raça humana, que somos nós.


Salomão, na sua mocidade, era um homem que dependia de Deus. Passava muitas horas de comunhão com Ele. Gostava de sair do palácio de manhã e andar pelos campos, conversando com Deus, permitindo que Ele entrasse na sua vida e participasse de seus sonhos. Talvez entre as coisas que Salomão pedia a Deus, uma delas fosse: “Senhor, ajuda-me a encontrar a garota certa para a minha vida.”


Felizes os jovens que passam tempo a sós com Deus, pedindo que Ele os ajude a encontrar o companheiro ou companheira para a vida. Haveria menos casamentos fracassados, menos feridas abertas, menos sofrimento.


Salomão era um jovem que passava horas e horas meditando a sós, caminhando pelos campos e os montes. Foi numa dessas ocasiões que ele viu correr pelos montes uma garota linda. A sua pele era bem morena e os seus cabelos crespos. Infelizmente a opinião que esta garota tinha de si mesma estava deformada pelo racismo que já existia naquele tempo.


Freqüentemente dizemos que não somos racistas, geralmente somos contra o racismo. Somos capazes de pronunciar os mais belos discursos contra o racismo, até que um filho nosso queira se casar com alguém que não é da nossa raça. Aí, nossos discursos acabam. É o hipócrita, subterrâneo, silencioso e pernicioso racismo que toma conta da natureza humana. É uma realidade. Está presente. Sempre esteve presente; já nos tempos de Salomão era assim.


E a garota de nossa história, camponesa, de pais humildes, nascida com uma cor bonita, sentia-se de alguma forma inferior, por causa da pressão social.


Por que digo isso? Vejam como ela se descreve no capítulo 1, verso 5: “Eu estou morena, porém formosa…” (Cantares 1:5)


Por que “porém”? Por que não: eu sou morena e ponto. Por que ela tem que dar explicações? Ser morena em si, não bastava? Não era um privilégio? Não era motivo para estar feliz?


Aparentemente não, porque a estrutura social em que vivia tinha bombardeado tanto sua mente que de repente, por ser mulata, sentia-se constrangida; por ser escura, sentia-se mal. Então tinha que esclarecer: Eu sou morena, porém formosa. Olhem como ela continua se descrevendo, no verso 6: “Não olheis para o eu estar morena, porque o sol me queimou…” (Cantares 1:6)


Eu não tenho culpa de ser morena, o sol me deixou assim. Mentira! Ninguém fica mulato porque o sol o queimou. Mas aquela garota tinha que inventar alguma desculpa porque a sociedade a fazia sentir-se culpada por ser como era.


Hoje, quero apresentar uma mensagem de libertação. Libertação de complexos, de traumas. Por favor, nunca permita que as outras pessoas o façam sentir-se inferior.


Vejam como ela continua seu relato. Acompanhe-me na leitura do verso 6: “…Os filhos de minha mãe se indignaram contra mim, e me puseram por guarda de vinhas…” (Cantares 1:6)


Ah queridos, já desde aqueles tempos pensava-se que as pessoas de uma determinada raça só serviriam para cuidar de vinhas; não para ir à faculdade e estudar e ser um profissional. Isso é o fruto do preconceito que tem arruinado vidas!


Olhe para o céu, olhe para a vida, sem medo, sem temor. Deus tem ideais elevados para você, valores infinitos. Nunca aceite que outras pessoas digam que você não pode crescer, prosperar, estudar, ser um profissional, um líder ou até o presidente deste país.


Mas os complexos, frutos da pressão social, tinham feito com que a beleza desta garota morena e linda começasse a murchar. Ela começou a sentir-se feia porque passou a ficar prisioneira dos preconceitos, dos complexos e dos traumas que ela mesma começou a criar em sua cabeça. A timidez começou a tomar conta de sua vida. Tinha vergonha de olhar as pessoas nos olhos, vergonha de participar de uma reunião social. E começou a esconder-se nas montanhas, nas fendas das rochas, andar solitária por aqueles vales e colinas, sozinha, ruminando seus complexos, sua auto-imagem negativa.


Por que digo isto? Porque quando Salomão a descobre, vejam como ele a chama: “Pomba minha, que andas pelas fendas dos penhascos, no esconderijo das rochas…” (Cantares 2:14)


No capítulo 4, verso 8, ele diz: “Vem comigo do Líbano, noiva minha, vem comigo do Líbano; olha do cume de Amana, do cume de Senir e de Hermom, dos covis dos leões, dos montes dos leopardos.” (Cantares 4:8)


Pobre garota! Linda, linda, bonita! Mas de repente começava a ficar feia por dentro. Começava a pensar que não valia, que não prestava, que nunca ninguém olharia para ela, que seu destino era viver em covas de leões e leopardos e esconder-se nas fendas das rochas, até que um dia, nessas caminhadas matinais de meditação, o príncipe do palácio, aquele jovem que estava se preparando para ser rei, nas suas horas de meditação, clamando a Deus por uma companheira ideal para a vida, a encontra entre as rochas, vítima dos preconceitos, traumas e complexos.


E vejam como o príncipe se descreve a si mesmo no capítulo 2, a partir do verso 1: “Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales.” (Cantares 2:1)


Aqui você vê um homem dono da situação e uma garota prisioneira de seus complexos. Um rapaz consciente de seu valor: “Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales.” Ele era o que era. Ele não estava arruinado por complexos.


E agora vejam como ele a descreve no verso 2: “Qual o lírio entre os espinhos, tal é a minha amada entre as donzelas.” (Cantares 2:2)


Ele diz: Minha amada é linda, é bonita, é um lírio, mas é um lírio que os espinhos estão encobrindo; é um lírio que não desabrocha porque os espinhos não permitem; os espinhos dos complexos, os espinhos dos preconceitos, os espinhos de tanta coisa; você não presta, não vale, nunca chegará lá. Você não passa disto, não passa daquilo. As piadas, os comentários, as brincadeiras, enfim, tudo isso foi marcando tanto sua vida que agora ela se sentia como um lírio que se apagava. Os espinhos desta vida iam acabando com aquela beleza com que Deus a tinha criado. Mas agora o príncipe aparece para resgatá-la. E quando alguém começa a destacar seu valor, você passa a acreditar.


O príncipe deixa seu palácio e vai às fendas das montanhas e às rochas e às covas dos bichos selvagens para libertar aquela garota prisioneira dos espinhos dos seus preconceitos. E vejam como o príncipe a enxerga, como ele a vê, como ele a descreve. No capítulo 4: “Como és formosa, amada minha, como és formosa! Os teus olhos são como os das pombas, e brilham através do teu véu…” (Cantares 4:1)


Tira esse véu. Você tem tanta coisa bonita pra mostrar por trás destes olhos! Por que você esconde seus olhos? Por que não são azuis? Por que não são verdes? Tire o véu dos seus olhos, deixe-me ver a sua beleza.


Continuando no verso 1: “Os teus cabelos são como o rebanho de cabras que descem ondeantes do monte de Gileade.” (Cantares 4:1)


Que coisa maravilhosa! Enquanto ela fica diante do espelho se perguntando: “O que eu faço com este cabelo crespo? Por que nasci assim?” O príncipe diz: Os teus cabelos são como um monte de cabras descendo pela ladeira. Cabras, todas amontoadinhas. Bonito! Você não tem que ter vergonha do que você é. Você não tem que se sentir mal.


Por que permitimos que a televisão, as revistas, os jornais, os “out-doors” comecem a criar em nossa mente a idéia de que: Se eu não sou deste tipo ou daquele, não sou bonito? O príncipe dos príncipes nos enxerga de outra forma.


O príncipe encontra esta garota e a liberta, a valoriza, a ama, a tira da cova dos leões e a faz sua esposa, levando-a ao palácio como primeira dama do reino.


Agora pense: como uma camponesa que vivia se escondendo nos montes podia dirigir o cerimonial de um jantar de etiqueta quando o rei convidasse os reis de outras nações?


Seguramente, quando Salomão lhe declarou seu amor, ela disse: Não Salomão, você é um príncipe, tem tantas princesas para escolher. Eu não sou ninguém. Mas Salomão respondeu: Você vale muito. Eu vou amá-la sempre, vou estar ao seu lado sempre. Você vai crescer, vai se desenvolver, até ser uma rainha. E levou-a para o palácio.


Agora, imaginem vocês, o pessoal do palácio. Imaginem vocês as candidatas de Salomão olhando para aquela camponesa. Mas Salomão ficou ao lado dela, amando-a. Quando participavam daqueles banquetes suntuosos, eu imagino Salomão dizendo: “Olhe para mim e faça do jeito que eu fizer. Quando sentir que está falhando, ou que não vai conseguir, é só olhar para mim e vai ver amor em meus olhos. Vai ver que eu não amo você porque é uma grande anfitriã. Eu a amo pelo que você é. E vejo dentro de você valores que o mundo não vê.”


E queridos, lá no palácio, quando ela tinha que viver a altura da conduta de uma rainha, o que a sustentava era o amor do esposo. Quantas vezes esteve a ponto de largar tudo e dizer: “Não consigo, vou voltar para minha vida passada.” Mas quando contemplava o olhar de amor, de compreensão e de aceitação do rei, criava coragem e continuava a vida. E um dia, ela se tornou uma grande rainha, respeitada e amada pelo seu povo.


Agora você compreende o que ela quer dizer no capítulo 2, verso 4? “Leva-me à sala do banquete, e o seu estandarte sobre mim é o amor.” (Cantares 2:4)


Amigo, um dia Jesus, o Rei dos reis, deixou tudo lá; deixou Seu palácio e veio a este mundo para nos buscar. Vivíamos escondidos nas fendas das rochas desta vida; vivíamos escondidos talvez no mundo das drogas, do cigarro, do álcool, da promiscuidade e o diabo, que nos levara para lá, era o mesmo que vinha e nos atormentava dizendo: Você não presta, você não tem direito à salvação; você está perdido, acabado, não há mais solução para você, não há mais esperança.


E quem sabe eu esteja falando neste momento para alguém que já errou tanto, que já prometeu tanto e nunca conseguiu, para alguém que está assistindo ao programa com a esperança de que Deus opere um milagre em sua vida; talvez você já tentou várias vezes e nunca conseguiu. E a voz do inimigo está falando em seu ouvido: Não adianta, você nunca conseguirá. Não adianta ficar na igreja; é melhor você largar tudo; você nunca viverá como um rei; nunca será um príncipe; nasceu para viver na sarjeta; para viver lá onde você merece viver. Mas o príncipe Jesus olha para você com amor e diz: Filho, você é a coisa mais linda que eu tenho nesta vida. Você é um lírio abafado pelos espinhos dos vícios, dos preconceitos, dos traumas, do pecado, da promiscuidade. Mas você nunca deixou de ser um lírio. E eu vim para resgatar você.


Às vezes podemos olhar pra Ele e dizer: Senhor, como pode me amar? Olha para a minha vida, estou todo arruinado. Como pode me amar? Eu sou um hipócrita. Estou na igreja. Meus pais acham que sou bom; a igreja acha que sou bom; tenho até um cargo na igreja, mas olha para a minha vida, sou uma droga! Está tudo errado na minha vida. Como pode me amar? E Jesus olha para você e diz: Filho, quando você está pensando que não tem mais forças e está querendo abandonar tudo, olhe para mim. Eu o amo assim como você é. Eu vim para ajudá-lo a tornar-se um príncipe; e você vai chegar lá. Não pela sua força, mas pelo meu amor. Olhe para mim e não se esqueça que eu o amo.


Abra seu coração e deixe Jesus entrar em sua vida.

ORAÇÃO

Pai querido, como podes nos amar tanto? Não sei, nunca O entenderemos, mas muito obrigado porque prometes fazer de nós príncipes no Teu Reino. Em nome de Jesus, amém.