Teria coragem de não amá-lo?

Por | 9 de junho de 2014

comonamar

“Anos atrás, na faculdade onde estudei, fui testemunha de uma bonita história de amor. Um dos rapazes mais feios do seminário casou-se com uma das moças mais lindas. Ela era uma das moças que chegaram naquele ano. Os rapazes mais charmosos, mais bonitos, mais espertos e comunicativos foram desfilando um a um tentando conquistá-la, sem sucesso. 

Um dia um colega procurou-me e disse:

– Estou com problemas.

– O que foi?

– Estou amando.

– Parabéns! Isso é fabuloso, isso não é um problema.

– Espere um minuto – disse ele – estou falando daquela garota. 

Cortei o sorriso e murmurei:

– Bom, nesse caso, acho que é um problema. Você sabe, os rapazes mais charmosos e bonitos do colégio nada conseguiram. Você acha que ela vai olhar para você?

– Eu sei – disse o rapaz triste – eu sei disso, mas o que posso fazer se eu a amo? 

Os meses foram passando e o amor foi crescendo em silêncio no coração do rapaz. 

Na metade do ano, de repente, correram boatos de que ela abandonaria a faculdade porque não conseguia pagar as mensalidades. O nosso amigo apresentou-se ao gerente da Universidade e ofereceu-se para pagar as contas da moça com o estipêndio que ele tinha ganhado vendendo livros. Naturalmente, isto significava para ele a perda de um ano de estudos. 

O gerente tentou dissuadi-lo da ideia. Mas não conseguiu.

“O dinheiro é meu e eu quero pagar as contas dela. E por favor, não gostaria que ela ficasse sabendo quem pagou.” 

Assim ele abandonou o colégio naquele ano para vender mais livros e continuar estudando no ano seguinte. 

Alguns meses depois recebi dele uma carta comovente:

– Você diz que não vale a pena o sacrifício que estou fazendo, que ela nunca olhará para mim, o que você não sabe é que eu a amo e não posso permitir que ela perca um ano de estudos.

Eu a amo. Não importa se ela nunca olhará para mim. Eu sou feliz fazendo isto por ela.

No ano seguinte ele retornou à faculdade. Seu amor estava mais maduro. Tinha certeza do que sentia e um dia criou coragem e falou com ela. Abriu o coração e declarou seus sentimentos. Foi um momento triste. Ela não só recusou a proposta como o tratou mal.

Alguém procurou a moça e disse para ela:

– Olha, você tem o direito de dizer não, mas podia ter sido mais delicada com ele.

Não precisava magoá-lo. É verdade que ele é um garoto simples, quase insignificante, sem qualquer atributo físico, inexpressivo, mas ele ama você de tal modo que no ano passado perdeu um ano de estudos para que você não precisasse abandonar a faculdade, e tudo isso sem querer que você soubesse, sem esperar nada, apenas porque ama você”. 

A moça ficou chocada. Chorou. Perguntou ao gerente se era verdade e, ao ter a confirmação de tudo, sentiu-se ferida e humilhada. 

Meses depois o rapaz anunciou:

– Estou namorando ela. 

Todo mundo começou a pensar: “É por pena”, “por compaixão”. Mas um dia ela disse uma coisa muito bonita:

– Quando descobri o que ele tinha feito por mim, senti-me magoada, chateada, ofendida.

Mas a medida que o tempo foi passando, comecei a pensar com mais calma e perguntei pra mim: “Será que neste mundo poderei achar um rapaz que me ame tanto, a ponto de sacrificar, em silêncio, um ano de seus estudos sem esperar nada, sem querer nem mesmo que eu soubesse do sacrifício que ele estava fazendo?” Aí cheguei a uma conclusão: “Como teria coragem de não amar alguém que me ama tanto?” 

Essa frase merece ser emoldurada em ouro: “Como teria coragem de não amar alguém que me ama tanto?” 

Observe isso que a Bíblia diz: “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades: o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho: mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido, mas não abriu a sua boca: como um cordeiro foi levado ao matadouro, e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a sua boca” (Isaías 53: 4-7).

Pr. Alejandro Bullón / Conhecer Jesus é tudo, cap 3