QUARTAS DE PODER – ESTUDO 11
HINO INICIAL
Vencedor cada dia – Novo HA, nº 76
Bem-vindos à décima primeira Quarta de Poder! Estamos felizes porque você está aqui.
O Espírito Santo trouxe cada um de nós nesta noite
para nos dar uma mensagem individual. Meu desejo e minha oração é
que Deus abra nosso entendimento para compreender e praticar Sua Palavra. No tempo do fim, período em que vivemos, Deus continua
realizando milagres.
INTRODUÇÃO
No Brasil, mais de 7 milhões de pessoas apresentam alguma deficiência
visual, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Desse total, cerca de 580 mil são completamente cegas e mais
de 6,5 milhões apresentam baixa visão, seja por consequências congênitas ou adquiridas ao longo da vida. Estar cego, seja por nascimento seja
por perder a visão em alguma etapa da vida, é bem desafiador. A pessoa
precisa aprender a “ver” o ambiente sem a visão. Precisa se familiarizar
com sons, cheiros, sabores e tocar objetos, animais e pessoas para criar
uma imagem mental do ambiente em que se encontra. Ela se desloca
pelas ruas, decide o que é perigoso ou inofensivo, saudável ou prejudicial
sem o apoio da visão. Você consegue imaginar seu dia a dia sem ver as
pessoas que ama? Sem decidir a combinação de roupa que usa? Sem ver
a beleza da natureza? Se você ficasse sem a visão hoje, que outras perdas
você teria? O que você acha que seria mais difícil de se adaptar?
O personagem de hoje, Bartimeu, era cego. Não sabemos se nasceu com
essa deficiência ou a adquiriu. Como as outras pessoas doentes ou deficientes da época, era isolado e desprezado. Mendigava à beira do caminho. Mas um ponto interessante é que mantinha acesa a fé e a esperança. Acompanhe o relato em Marcos 10:46-52, NAA:
E foram para Jericó. Quando Jesus saía de Jericó, juntamente com os discípulos e numerosa multidão, Bartimeu, um cego mendigo, filho de Timeu, estava sentado à beira do caminho
e, ouvindo que era Jesus, o Nazareno, começou a gritar: Jesus, Filho
de Davi, tenha compaixão de mim! E muitos o repreendiam para
que se calasse, mas ele gritava cada vez mais: Filho de Davi, tenha
compaixão de mim! Jesus parou e disse: Chamem o cego. Chamaram, então, o cego, dizendo-lhe:
Coragem! Levante-se, porque ele está chamando você. Atirando a capa para o lado, o cego levantou-se
de um salto e foi até onde estava Jesus, que lhe perguntou: O que você quer que eu lhe faça? O cego respondeu: Mestre, que eu possa ver de novo. Então Jesus lhe disse: Vá, a sua fé salvou você. E imediatamente passou a ver e foi seguindo Jesus estrada afora.
A rotina de pessoas cegas é repleta de desafios, principalmente com relação à mobilidade: barreiras de acessibilidade presentes nos espaços urbanos, com as difíceis condições de locomoção pelas calçadas cheias de desníveis e buracos, placas no meio do caminho (muitas vezes na altura
da cabeça), rampas inadequadas, travessias perigosas, carros estacionados
irregularmente, entre tantos outros obstáculos. Esta cura é descrita por
Mateus, Marcos e João, mas com detalhes diferentes. Mateus mencionou
dois cegos curados em vez de um. Mas esse fato não torna o relato falso
nem diminui a confiabilidade da Bíblia, porque o silêncio de um autor
sobre informações mencionadas por outro autor não significa contradição. Outro detalhe diferente entre os autores é que apenas Marcos chama o cego pelo nome, talvez porque o cego fosse conhecido na região em que João Marcos estava.
Esta cura aconteceu durante a última viagem de Jesus a Jerusalém, uma
semana antes de Sua crucifixão. João Marcos possivelmente foi testemunha ocular dos acontecimentos, o que se observa pelos detalhes que
ele mencionou. Ele escreveu o evangelho de Marcos por volta do ano
44 d.C., pelo menos uns 15 anos após essa cura acontecer e, milhares
de séculos depois, o milagre ainda nos inspira. Bartimeu foi um cego
mendigo, filho de Timeu (v. 1), que ficava sentado à beira do caminho.
As pessoas apenas passavam por ele, não se relacionavam e pouco se importavam com ele. Nesse sentido, ele estava excluído do convívio social.
Ele ouvia o que as pessoas comentavam sobre os ensinos e curas de Jesus
enquanto passavam por ele. E entendeu que Jesus Se preocupava com a
salvação e o bem-estar das pessoas.
Um dia, as pessoas estavam mais agitadas que o normal. Bartimeu conseguia perceber pelos passos apressados e pelas vozes. Ao saber que Jesus
estava passando pelo caminho em que ele estava, começou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tenha compaixão de mim! E muitos o repreendiam
para que se calasse, mas ele gritava cada vez mais: Filho de Davi, tenha
compaixão de mim!” Tentaram silenciá-lo. Bartimeu seguia firme no
propósito de ser notado pelo Messias, o Filho de Davi (Mt 1:1).
No sentido metafórico, uma pessoa cega espiritualmente pouco percebe ou não percebe a misericórdia e a justiça de Deus, nem Seu amor
e preocupação com ela. De alguma maneira, em meio à cegueira física, Bartimeu manteve sólida confiança em Deus. Ele queria ver Jesus.
Ele precisava de Jesus. Para sair do estado de cegueira espiritual, o
desejo de ver Jesus precisa ser estimulado. Em geral, são as dificuldades e decepções que tiram nossos olhos de nós mesmos, da nossa autossuficiência, e nos despertam para as necessidades de ver Jesus e
de ser notados por Ele e curados.
Outra informação importante está no verso 48: “E muitos o repreendiam para que se calasse, mas ele gritava cada vez mais: Filho de Davi, tenha compaixão de mim!” As pessoas repreenderam Bartimeu por abertamente clamar a Jesus. Hoje em dia, muitos de nós já foram ou ainda são criticados por demonstrar abertamente sua fé viva em Deus. No contexto acadêmico, familiar, entre amigos e vizinhos ou no ambiente de trabalho, há pessoas que tentam silenciar nossa fé e remover nossa
esperança de ser curados ou permanecer curados do mal que nos aflige.
Sigamos firmes, alimentando a cada dia nossa fé ativa e a esperança Naquele que Se compadece de nós.
Bartimeu quebrou os paradigmas do preconceito e das críticas e avançou em busca da cura que almejava. Ele não permitiu que o calassem.
Nem permitiu que sua fé morresse durante o período de solidão e
escuridão que viveu. A cegueira física não causou cegueira espiritual.
Uma fé ativa é desenvolvida por meio do estudo individual da Palavra de Deus e da prática dos princípios ali encontrados nos relacionamentos interpessoais. É nossa responsabilidade não permitir que
preconceitos e críticas nos afastem de Deus. É nossa responsabilidade
não permitir que a cegueira espiritual de quem nos é próximo e amado ofusque nossa fé.
Jesus ouviu os gritos de desespero e mandou chamar Bartimeu. Antes
de atender ao pedido dele, perguntou: “O que você quer que eu lhe
faça?” (verso 51). Bartimeu sabia o que queria. Ele respondeu: “Mestre, que eu possa ver de novo”. Em Sua onisciência, Jesus já sabia as repostas que as pessoas dariam. Ele até lia os pensamentos delas! Para
que perguntar, então? Qual é o sentido de se perguntar o que já se
sabe? Do ponto de vista humano, as perguntas são feitas porque não
se entende o que está sendo dito ou há dúvidas; ou porque alguém
não quer responder e devolve uma pergunta com outra pergunta; ou
porque a pessoa quer saber o que o outro compreende a respeito do
que está sendo discutido. As perguntas também podem ser feitas para
intimidar e desprezar.
Ponto de vista divino?
Do ponto de vista divino, pelo que vimos nos milagres realizados por
Jesus, as perguntas são feitas para causar reflexão e mobilizar para a
ação, como no caso do diálogo entre Filipe e Jesus; para conscientizar
a pessoa sobre a maldade que está escondida no coração, como no caso
dos fariseus que procuravam matar Jesus; para revelar que Deus é quem
perdoa os pecados, como no caso da cura do paralítico; para destacar
e valorizar a fé, como aconteceu na cura da mulher com hemorragia e
na cura de Bartimeu.
Senhor Jesus, nos ajude a sermos curado de toda forma de cegueira que não nos permita nos aproximar de Ti.
Hoje aprendemos de Bartimeu, um homem que estava excluído do convívio social. Ao ouvir que Cristo passava pela cidade, ele não perdeu a oportunidade. Ele clamou, gritou. Sua voz foi ouvida, e o milagre aconteceu. O que dizer das multidões dotadas do dom da vista que passam
para lá e para cá, mas não sentem o desejo de ver Jesus? Ignoram sua doença e pobreza, e não sentem necessidade de Cristo. Que essa não seja a realidade de nenhum de nós. Que a mensagem de hoje reavive e fortaleça nossa fé. A pergunta que Jesus fez para Bartimeu é a mesma que Ele nos
faz hoje: “Que queres que eu te faça?” Que o Senhor nos abençoe e nos
guarde na caminhada cristã até que Ele venha.
HINO FINAL
Deus Nos Ouvirá – Novo HA, nº 361
ORAÇÃO FINAL