Ofertas: uma bênção em minha vida

2 CORÍNTIOS 9:6-8 “Cada um contribua conforme determinou no coração, não com pesar nem por obrigação, pois Deus ama a quem dá com alegria. Deus é poderoso para fazer que toda a graça seja acrescentada a vocês, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra.

OBJETIVO DO SERMÃO
Apresentar os princípios bíblicos das ofertas e evidenciar como Deus usa as ofertas para a transformação de nosso caráter e para nos levar a um maior conhecimento de quem Ele é e o que fez por nós.

O povo de Deus traz ofertas ao Senhor por causa de Sua vontade amorosa manifestada a eles. Como o dízimo, as ofertas devem ser trazidas a Deus como um ato de obediência
respeitosa. Embora o dízimo seja principalmente um dever moral (o
dízimo pertence a Deus), as ofertas são principalmente uma expressão de
gratidão a Deus (Ml 3:10). A Bíblia contém uma quantidade significativa
de informações sobre ofertas. Hoje estudaremos alguns dos pontos mais
importantes sobre as ofertas.

Princípio Bíblico

A prática de trazer ofertas ao Senhor expressa aspectos do caráter de Deus na
maneira como Ele Se relaciona com os seres humanos.

1º – Deus como Salvador
A oferta expressa a disposição constante e amorosa de Deus para salvar os

seres humanos do poder do pecado; Ele é o Salvador. A salvação é uma revelação da graça de Deus e nos alcança como um dom imerecido a ser aceito pela fé em Cristo (Rm 3:21, 22) A cruz do calvário esclareceu o fato insondável de que Deus é o maior doador do universo (Jo 3:16). Esse dom glorioso foi prefigurado no sistema sacrificial do Antigo Testamento. Os povos vizinhos dos Israelitas ofertavam como uma maneira de aplacar a ira divina e tornar o ofertante aceitável aos deuses. Isso era salvação pelas obras.

Na Bíblia, a ira de Deus, provocada pelo pecado humano, também é resolvida através de um sacrifício/uma oferta. A diferença é que o Deus bíblico
sabe que os humanos não possuem qualquer coisa valiosa o suficiente para
resolver o problema causado pela pecaminosidade e pela rebelião humanas.
Consequentemente, Deus providenciou o sacrifício capaz de reconciliar os
humanos com Ele, representado no Antigo Testamento pelos sacrifícios/
ofertas expiatórias (Lv 1-4). Esses sacrifícios eram em si ineficazes em trazer
uma resolução final para o problema do pecado humano, mas apontavam
para Aquele que resolveria completamente o problema do pecado.


O Senhor deveria prover o Cordeiro (Gn 22: 8, 13), e o Novo Testamento
revela que Ele realmente providenciou o Cordeiro (Jo 1:29). A lição é clara;
nunca devemos trazer uma oferta ao Senhor buscando obter Seu favor ou
Seu amor, porque essas coisas já são nossas através de uma oferta que não
poderíamos oferecer, que Ele de fato providenciou para nós. Essa oferta
divina de amor desinteressado demonstra o fundamento mais importante
para nossa doação: damos porque Deus deu primeiro e, consequentemente,
em nossa doação, refletimos Seu caráter. Visto que Deus forneceu a oferta
mais cara, agora estamos habilitados e espera-se que, pela graça de Deus, nós
levemos a Ele uma oferta aceitável (Ml 3:10).

2º – Deus que cumpre Suas promessas.
O segundo elemento no fundamento para as verdadeiras ofertas é a fidelidade
de Deus com Suas promessas e a confiabilidade de Sua palavra. Seu caráter é tal
que o que Ele diz é o que faz (Tt 1:2). Ele prometeu abençoar Seu povo e o fez.
Quando os israelitas traziam os primeiros frutos da terra ao Senhor como oferta,
eles confirmavam a confiabilidade de Deus (Dt 26:3, 10). Nós só podemos lhe
dar daquilo que Ele nos deu em cumprimento de Suas promessas. Portanto, a
bênção precede o ato de trazer uma oferta (Dt 16:17; 1Cr 29:14).


3º – Deus é o Senhor.

O terceiro elemento no fundamento das ofertas é o Senhorio de Deus. O
Deus que nos salvou gratuitamente e que é fiel às Suas promessas também é nosso Senhor e merece homenagem. Ele é nosso rei, e não podemos vir diante Dele de mãos vazias (Dt 16:16). Malaquias perguntou aos sacerdotes, que estavam oferecendo as ofertas defeituosas ao Senhor: “Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele agrado em ti e te será favorável? (Ml 1:8). Deus é o Senhor supremo, e mostramos a Ele respeito e honra através de nossas ofertas.


Motivação para Dar Ofertas
Os três princípios que apresentei também fornecem a motivação mais importante para a doação humana.


1ª – Motivação: Gratidão.
Gratidão por causa da graça de Deus e do governo amoroso sobre nós. Os
seres humanos são chamados e desafiados a dar porque a graça de Deus se
revelou no dom gratuito da salvação através de Cristo (Rm 5:15). Os cristãos são motivados a dar porque Deus, que cumpre Suas promessas, está
constantemente abençoando e protegendo Seu povo (2Co 8:1, 2). A graça
divina pode suavizar o coração humano e torná-lo benevolente (2Co 8:9)


2ª – Motivação: Reconhecimento do Senhorio de Deus
O fato de haver um Senhor que governa o universo e possui tudo nele está
na raiz da benevolência (Sl 24: 1; 50: 8-14). Esse Deus mais maravilhoso
nos permite ajudá-Lo como mordomos de Sua criação (Gn 1:28). Essa designação da obra divina revela o grande valor que a graça de Deus colocou
sobre nós e fornece um propósito válido para nossa existência.


3ª Motivação: Reconhecimento de que Deus está trabalhando através de
Sua igreja para a salvação da humanidade (Atos 1:8)

Ele nos deu uma missão e também nos deu os meios para realizar essa missão – é nosso bolso, nossa bolsa ou nosso cartão de crédito. Paulo disse aos
Coríntios: “E Deus, que dá semente ao que semeia e pão para alimento,
também suprirá e aumentará as sementes e multiplicará os frutos da justiça
de vocês. Assim, vocês serão enriquecidos em tudo para toda generosidade, a qual, por meio de nós, resulta em orações de gratidão a Deus” (2Co
9:10, 11). Ofertas e o cumprimento da missão da igreja são inseparáveis.
Nada deveria ser mais importante para os crentes do que a proclamação do
evangelho da graça. Eles deveriam considerar um privilégio ser instrumentos
de Deus nessa tarefa.


Uma Oferta Aceitável

– Nosso último comentário nos leva logicamente a uma definição de uma oferta aceitável.

1º – Uma oferta aceitável deve ser uma oferta do eu.
A oferta deve ser uma expressão de nossa disposição de nos entregar a Deus.
É uma experiência religiosa profunda, porque é um sinal de uma vida totalmente entregue ao Senhor. Isso é ilustrado na oferta queimada (Lv 1), que
era totalmente queimada no altar. Ela permanecia como um símbolo de uma
vida totalmente dedicada ao Senhor. No Novo Testamento, Jesus ilustrou esse
conceito com a experiência da oferta da viúva (Lc 21:3, 4). Uma oferta que
vem de um coração cheio de amor é uma expressão da entrega da pessoa totalmente a Cristo. Nesses casos, Deus Se torna o primeiro em nossa vida.


2º – Uma oferta aceitável é uma expressão de fé no cuidado providencial
de Deus por nós.

Isso também é ilustrado pela viúva que confiava que o Senhor a sustentaria
e, então, ela trouxe sua oferta a Ele. Deus pediu aos israelitas para confiar
Nele e trazer seus dízimos e ofertas (Ml 3: 8-10). Paulo louvou os filipenses
por confiar no Senhor ao dar suas ofertas (2Co 8: 3). Eles deram cautelosamente além do que pareceria ser financeiramente viável para eles. Assim,
Paulo assegurou-lhes que “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória,
há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Fp 4:19). A
fé em Deus nos ajuda a superar o egoísmo.


3º – Uma oferta aceitável é a expressão de um coração agradecido.

Provavelmente existem maneiras diferentes de expressar gratidão e amor. Na maioria das vezes usamos palavras, mas elas nem sempre são o suficiente.
No dia de seu aniversário de casamento, as palavras não são o suficiente.
Espera-se que você traga um presente especial. A melhor maneira expressar amor e gratidão não é através de palavras, mas através de ações.
Uma oferta é a personificação ou concretização de ações de graças por uma bênção que recebemos do Senhor. O Senhor recebe esse ato de amor e gratidão, e Ele o usa de acordo com Seu próprio propósito. Quando minha
oferta é recebida em alguma outra parte do mundo, os destinatários estão,
na realidade, recebendo uma expressão de meu amor e gratidão a Deus de
uma maneira tangível. Uma oferta é realmente a forma concreta que nossos
sentimentos e atitudes mais interiores em relação ao amor de Deus assumem
em nosso ato de adoração.

4º – Uma oferta aceitável é uma oferta espontânea e não uma oferta ao
Senhor por compulsão ou com relutância.

O Senhor não nos força a lhe oferecer ofertas, mas espera que demos ofertas.
Deus disse a Moisés: “Diga aos filhos de Israel que levantem uma contribuição (terûmāh, “um presente dedicado a Deus) para Mim; de todo homem
cujo coração o mover (nādab,“ incentivar, dar voluntariamente”), “levantará
Minha contribuição” (Êx 25:2; ver Ed 1: 6). Paulo diz sobre os filipenses que
eles “deram por vontade própria” (2Co 8:3), significando por si mesmos;
isto quer dizer, voluntariamente e de boa vontade.
A doação provém do coração, porque é lá que a decisão é tomada: “Cada
um deve fazer exatamente como propôs em seu coração” (2Co 9: 7). Então,

Paulo explica o que quer dizer: “Não de má vontade” (lupé, “machucando
dolorosamente”) ou sob compulsão (sob o controle ou a influência de alguém ou de algo que não seja a própria vontade), pois Deus ama um doador
alegre. Em vez disso, Paulo diz: “dê com alegria”.

5º – Uma oferta aceitável, embora espontânea, é ao mesmo tempo sistemática.

Espera-se que planejemos nossa doação baseados em nossas rendas.
Isso quer dizer que doar não deve ser controlado por nossas emoções, mas
antes baseado em uma decisão feita de dar ao Senhor certo valor, uma porcentagem, de modo regular (Dt 16:17). Paulo também diz que você deverá
doar de acordo com seus meios (2Co 8:11). Deveríamos nos lembrar de
que no Velho Testamento as ofertas eram classificadas com base na condição
econômica do israelita. Esperava-se que uma pessoa rica trouxesse um touro
jovem, mas outros, dependendo da condição financeira, poderiam trazer
uma ovelha, um bode ou até um pássaro (Lv 1:3, 10, 14). Deus não exige de
nós mais do que podemos realizar.

Como conclusão, devemos perguntar sobre as intenções de Deus em pedir
para Lhe trazermos ofertas. Ele certamente não precisa pessoalmente delas.
A Bíblia sugere que Deus usou o sistema de ofertas para ensinar Seu povo
como expressar seu amor e gratidão a Ele. Dessa maneira, o egoísmo seria
derrotado na vida deles. Outra razão pela qual Deus exigiu ofertas foi para
Seu povo foi expressar lealdade a Ele, rejeitando a idolatria. Trazer suas ofertas a Ele os lembrava que Jeová era o verdadeiro dono de tudo e que era
Ele quem os abençoava. A terra não pertencia a Baal, e não era Baal que a
tornava frutífera; era o Senhor Jeová.

Senhor nos ajude a termos um coração agradecido e sermos fiéis a Ti. Em nome de Jesus

Neste momento, quero convidá-lo a orar e reestabelecer com Deus sua decisão de ser fiel ao Senhor através da devolução das ofertas de maneira sistemática e fiel. Oremos.