Desde 2015, setembro é o mês da prevenção contra o suicídio. Campanha foi criada a fim de conscientizar a população para o tema. Em todo o mundo, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida.
Os números chamam a atenção para um fato alarmante, pessoas que tiram a própria vida por motivos emocionais. Em todo o país, cerca de 30 pessoas praticam o suicídio diariamente segundo o Ministério da Saúde, um dado que não é registrado apenas nos índices populacionais, mas na memória daqueles que perdem seus entes queridos. Entre 2011 e 2015, o número de suicídios cresceu em 12%, resultando em 11 mil mortes por ano.
A fim de chamar a atenção das pessoas para este problema, desde 2015 o Centro de Valorização da Vida (CVV) promove a campanha de prevenção ao suicídio conhecida como Setembro Amarelo. Com o intuito de ajudar quem passa por problemas a não recorrerem tal prática e engajar quem está próximo a ajudar como amigo e ouvinte, que a campanha hoje acontece em diferentes frentes e com diversas entidades.
“O Setembro Amarelo é uma campanha que busca trazer o diálogo entre pacientes, profissionais e pessoas próximas a fim de prevenir o suicídio. Se identificado desde o início, o problema psicológico tem tratamento e o paciente não corre risco de morrer. O que pode ser uma ‘besteira’ para alguns, já pode ser um sinal de depressão para outros” explica a psicóloga Evair Melo.
Em todo o mundo, 800 mil pessoas praticam o suicídio anualmente segundo dados de 2014 da Organização Mundial da Saúde (OMS), atingindo em sua maioria jovens de 15 a 29 anos. No Brasil, esse problema afeta em sua maioria homens (79%), sendo a taxa de ocorrência nesse tipo de morte de 8,7 por 100 mil habitantes. Já entre mulheres é de 2,4 por 100 mil habitantes. De acordo com os dados divulgados da última pesquisa do Ministério da Saúde 62% das mortes acontecem por enforcamento.
A maioria dos suicídios são executados por homens.
O psiquiatra Pablo Canalis enumera os principais sintomas de uma depressão que pode resultar na morte, como o sentimento de solidão profunda e isolamento social, problemas de identidade sexual, tentativas prévias de suicídio, irritabilidade sem causa aparente, automutilação e mudança na higiene pessoal. “É muito importante a pessoas buscar ajuda profissional e ter o apoio da família e dos amigos em momentos”, ressalta o médico.
Entre as formas de buscar ajuda estão os profissionais da Saúde, grupos de autoajuda e o próprio CVV que fornece o serviço gratuito 24 horas por dia por meio de chats, mensagens de vídeo e pela ligação gratuita pelo número 188. Uma das pessoas que tentaram o suicídio e conseguiram sair da situação foi a estudante Nathalya Bielefeld que chegou a ingerir alvejante e tomar vários comprimidos.
“Por ter sofrido alguns abusos na infância, cheguei em uma fase de vida que não via mais sentido algum de continuar, parece que tudo não dava certo, não conseguia me firmar na vida emocional e os traumas eram constantes. Foi então que tentei me matar quatro vezes, mas graças à ajuda profissional e divina, e dos que estão próximo a mim que o pior não aconteceu. Hoje faço acompanhamento psicológico e enxergo tudo mais leve”, afirma a jovem.
Ajuda na Prevenção
Para tentar ajudar na prevenção, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tratou desse tema na campanha nacional do Quebrando o Silêncio durante o mês de agosto, por meio de passeatas nas ruas e programas em seus templos para incentivar as pessoas procurarem ajuda e se ajudarem mutuamente. A campanha que acontece desde 2002 conta com ações contra o abuso e a violência nas suas diferentes formas.
Já para os estudantes do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), existe um serviço específico de atendimento para quem precisa de ajuda, com consultas a psicólogos. Próximo do campus da capital, em São Paulo, os estudantes de Psicologia também realizam consultas grátis para a comunidade por meio das atividades de extensão. Durante todo o mês de setembro vai ocorrer tanto na faculdade como nas atividades dos estudantes internos atividades alusivas ao tema.
Por Luisa Nakayama e Mairon Hothon