Nas Olimpíadas de 1968, uma hora depois que o vencedor da maratona cruzou a linha de chegada, o
tanzaniano John Stephen Akhwari cruzou mancando a linha de chegada, machucado por uma queda no
início da corrida. Perguntado por que não desistiu, ele disse: “Meu país não me enviou a 7.000 milhas de
distância para começar esta corrida. Meu país me enviou para terminá-la”.
Não é difícil começar uma maratona. A maioria das pessoas consegue dar os primeiros dez passos, mas terminar é outra coisa. Mas ainda falta mais uma conquista: terminar tendo forças. Uma das declarações
mais poderosas sobre isso está contida nas palavras finais do apóstolo Paulo em 2 Timóteo 4:6-8. Vamos lê-la e tentar entender o pequeno contexto de 2 Timóteo que nos ajudará a compreender o significado dessa passagem.“ Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado.
Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.
Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.”
O CONTEXTO PARA 2 TIMÓTEO
2 Timóteo é a última carta de Paulo, escrita da prisão em Roma pouco antes de sua morte em algum
período entre 64 e 66 d.C. É seu último testamento, escrito para encorajar seu jovem pupilo, Timóteo, a
continuar forte em seu ministério pastoral/evangelístico. Esta foi a segunda prisão de Paulo em Roma.
Ele foi preso anteriormente em 63 d.C. e novamente em 66 d.C. Sua prisão anterior foi em prisão domiciliar, na qual ele ainda teve a oportunidade de compartilhar sua fé. Desta vez, ele estava acorrentado a um soldado romano em uma cela escura, úmida e suja. A maioria dos estudiosos acredita que ele foi mantido na Prisão Mamertina. Eu visitei a prisão Mamertina recentemente, e não é o tipo de lugar onde você gostaria de passar muito tempo. O objetivo daquelas celas era manter o prisioneiro apenas por um curto período de tempo. Não importa quão curta seja a sentença, aqueles azarados o suficiente para acabar lá foram recebidos pelo ambiente mais horrível. As condições nessas masmorras eram mais próximas de um tanque de esgoto do que de uma cela de prisão. A Prisão Mamertina não foi exceção. As pessoas eram simplesmente jogadas nas celas e esquecidas enquanto esperavam por suas execuções; às vezes, as pessoas morriam de fome muito antes de suas sentenças serem cumpridas.
Por que Paulo acabou preso em uma masmorra como essa? Por que ele foi preso lá? No grande incêndio romano de 64d.C., 10 de seus 14 distritos foram totalmente queimados ou severamente danificados.
Nero culpou os cristãos pela destruição da cidade, e perseguições ferozes se seguiram.
O historiador romano Tácito escreveu sobre a cruel perseguição aos cristãos por Nero, que os acusou
de incendiar Roma em 64 d.C. “Portanto, primeiro foram presos aqueles que confessaram [ser cristãos]
… Além de serem condenados à morte, eles foram transformados em objetos de diversão; eles foram
vestidos com peles de animais e dilacerados até a morte por cães; outros foram crucificados, outros
incendiados para iluminar a noite quando faltava luz do dia.”
PAULO DIANTE DE NERO
Quando Paulo foi finalmente convocado a comparecer perante o imperador Nero para julgamento, foi
com a perspectiva de morte certa. A gravidade do crime pelo qual era acusado, a sedição contra o governo
romano e o ódio dos romanos contra os judeus realmente deixaram Paulo com poucas possibilidades de
libertação. Naquela época, Nero estava com 30 e poucos anos, e Paulo, com 60 e poucos anos. Nero era um
político astuto, um líder despótico cruel e um playboy imoral, degradado e festeiro. Paulo era um devoto
seguidor de Cristo, evangelista, pastor, plantador de igrejas e missionário internacional.
NERO E PAULO CONTRASTADOS
Imagine Paulo diante de Nero—que contraste impressionante! O monarca orgulhoso e arrogante prante o qual o homem de Deus deveria responder por sua fé havia atingido o auge do poder, autoridade
e riqueza terrenos, bem como as profundezas do crime e da iniquidade. Em poder e grandeza, ele permaneceu inigualável. Não havia ninguém para questionar sua autoridade, ninguém para resistir à sua
vontade. Os reis colocaram suas coroas a seus pés. Exércitos poderosos marcharam sob seu comando,
e as naus romanas navegaram para praias longínquas somente sob suas ordens. Sua estátua foi erguida
nos corredores da justiça, e os decretos dos senadores e as decisões dos juízes eram o eco de sua vontade.
Milhões se curvaram em obediência às suas ordens. O nome de Nero fazia o mundo tremer. Incorrer em
seu desagrado era perder propriedade, liberdade, vida; e sua carranca era mais temida do que uma peste.
O rosto do imperador trazia o registro vergonhoso das paixões que se alastravam por dentro; o rosto
do apóstolo acusado falava de um coração em paz com Deus.
A vasta sala do tribunal estava apinhada por uma multidão ansiosa e inquieta que se aglomerava e
se apertava na frente para ver e ouvir tudo o que aconteceria. Os altos e baixos estavam lá, os ricos e os
pobres, os eruditos e os ignorantes, os orgulhosos e os humildes, os ignorantes do evangelho de Cristo.
As pessoas e os juízes olhavam surpresos para Paulo. Eles estiveram presentes em muitos julgamentos
e olharam para muitos criminosos, mas nunca tinham visto um homem ter uma aparência de calma tão
santa como o prisioneiro diante deles. Os olhos penetrantes dos juízes, acostumados a ler o semblante
dos prisioneiros, vasculharam o rosto de Paulo em vão em busca de alguma evidência de culpa. Quando
lhe foi permitido falar em seu próprio nome, todos ouviram com grande interesse.
O PODEROSO APELO DE PAULO NO TRIBUNAL DE NERO
Mais uma vez, Paulo aproveitou a oportunidade para erguer diante de uma multidão maravilhada a
bandeira da cruz. Ao contemplar a multidão à sua frente – judeus, gregos, romanos e estrangeiros de
muitas terras – sua alma foi movida por um desejo intenso por sua salvação. Posso imaginar que, com
mais do que eloquência humana, Paulo apresentou as verdades do evangelho. Ele apontou seus ouvintes
para o sacrifício feito pela raça caída. Ele declarou que um preço infinito foi pago pela redenção do homem.
O apóstolo era fiel entre os infiéis, leal entre os desleais; era o representante de Deus; e sua voz era
como a voz do Céu. Não havia medo, nem tristeza, nem desânimo em palavras ou olhares.
Suas palavras foram como um grito de vitória acima do rugido da batalha. Ele declarou a causa à qual
dedicou sua vida como a única causa que nunca pode falhar. Embora ele pudesse perecer, o evangelho
nunca pereceria. Deus vive, e Sua verdade triunfará.
A verdade, clara e convincente, derrotou o erro. A luz brilhou nas mentes de muitos. As verdades faladas naquele dia estavam destinadas a abalar as nações e se estenderiam ao longo dos séculos, influenciando o coração dos homens quando os lábios que as haviam pronunciado silenciassem na sepultura de
um mártir.
Nero nunca tinha ouvido a verdade como a ouviu nessa ocasião. A luz do Céu perfurou as câmaras poluídas pelo pecado de sua alma, e ele estremeceu de terror ao pensar no julgamento final.
Por um momento, o Céu foi aberto para o culpado e insensível Nero, e sua paz e pureza pareciam desejáveis, mas ele estrangulou os impulsos do Espírito em seu coração endurecido.
“A seguir, foi expedida a ordem para que Paulo fosse reconduzido ao calabouço; e quando a porta
se fechou por trás do mensageiro de Deus, a porta do arrependimento se fechava para sempre para o
imperador de Roma. Nenhum raio de luz do Céu penetraria de novo as trevas que o envolviam. Logo
deveria ele sofrer os juízos retribuidores de Deus” (Atos dos Apóstolos, p. 278).
Eventualmente, o infeliz tirano acabou com sua vida por suas próprias mãos. Ele morreu com a idade
de trinta e dois anos.
Antes de seu trágico suicídio, Nero sentenciou Paulo à morte por decapitação. Foi aqui na Prisão Mamertina, esperando a execução, que o idoso apóstolo escreveu suas palavras finais a Timóteo.
As palavras finais do apóstolo Paulo: 2 Timóteo 4:6-8:
“Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado…”
Uma tradução literal dessa passagem diz: “Estou sendo derramado como uma oferta de libação”. A
oferta de libação era uma oferta de vinho, derramado na bacia do altar do sacrifício, como o último ato
do serviço sacrificial no pátio. Em Gênesis 35 versículo 14, Jacó ergueu uma coluna no lugar em que se
encontrava com Deus e derramou uma oferta de libação sobre ela. Em Êxodo 29, os sacerdotes
ofereciam uma oferta de libação no final do serviço sacrificial de uma oferta de carneiro. Ela representava a vida de Cristo derramada por nós na cruz. Assim como a vida de Jesus foi derramada na cruz do Calvário em amor abnegado, seguindo os passos de Seu Mestre, o apóstolo Paulo derramou sua vida em serviço e amor abnegado. Sua morte foi seu ato final de compromisso com o Cristo que havia dado tanto por ele. A vida de Cristo não foi perdida na cruz, mas dada ou derramada em sacrifício por nós.
Ao longo de seus escritos, o apóstolo nos exorta a dar nossas vidas em amor autossacrificial.
Durante sua primeira prisão, o apóstolo também usou essa mesma expressão de uma vida sendo derramada em amor abnegado.
Vamos ler Filipenses 2:16, 17:
“[…] preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão,
nem me esforcei inutilmente. Entretanto, mesmo que seja eu oferecido por libação sobre o sacrifício
e serviço da vossa fé, alegro-me e, com todos vós, me congratulo”.
A vida de Paulo, como a vida de Seu Mestre, foi derramada em serviço amoroso aos outros. Há uma
imagem fascinante de um touro parado entre um altar e um arado com a inscrição “Pronto para qualquer um”.
Abra em Romanos 12:1, 2. O apóstolo capta esse pensamento aqui também:
Rogo-vos (exorto), pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo (a
soma coletiva de quem vocês são corpo, mente, emoções) por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus,
que é o vosso culto racional”.
Qualquer vida focada principalmente em si mesma, restrita aos confins claustrofóbicos de sua própria
pequenez, é uma vida muito pequena. O apóstolo Paulo nos chama à grandeza, à sublime grandeza de
uma vida comprometida com o serviço, dedicada a abençoar os outros. Ele nos chama para olhar além
de nossas próprias feridas, tristeza e dor para tocar outra pessoa com a graça de Deus. Ele nos chama da
mesquinhez de nossos pequenos mundos feitos por nós mesmos para a amplitude do mundo que Ele veio redimir. Assim como a oferta de libação foi derramada como um sacrifício no solo, então a vida de Paulo foi derramada como um sacrifício no serviço de Cristo. Existem coisas na vida que podemos querer fazer e que são legítimas em si mesmas, mas não as faremos para ter mais tempo para avançar a causa de Deus.
Há alguns prazeres que não buscaremos por causa de Cristo. Há alguns lugares aos quais podemos ter
ido, mas não iremos mais devido ao nosso compromisso no serviço de Cristo. Existem coisas que poderíamos comprar, mas optamos por não comprar para sacrificar pelo avanço da causa de Cristo.
Quando você derrama sua vida por amor a Cristo, ela não está sendo desperdiçada, está sendo investida.
Todos nós damos nossa vida por algo. Algumas pessoas derramam sua vida em seu trabalho… Algumas
pessoas derramam sua vida nos esportes…. Algumas pessoas derramam sua vida em prazer e entretenimento… Algumas pessoas dedicam sua vida a buscar mídia digital demorada, absorvente e entorpecente para a mente… O tempo está passando. Todos nós estamos derramando nossa vida por alguma coisa. Um dia desaparece no próximo. Uma semana passa rapidamente para o próximo mês e o próximo ano, e logo as décadas passam. Você está derramando sua vida por algo que vale a pena? O apóstolo Paulo derramou sua vida por Cristo e pelo avanço de Seu reino.
Algumas pessoas dizem: “Eu gostaria de fazer mais por Cristo e Sua igreja, mas simplesmente não
tenho tempo”.
Pelo que você está derramando sua vida? A única maneira de ter mais tempo para Cristo é ter menos
tempo para outra coisa! Existem alguns ajustes que devem ser feitos em sua vida para liberar mais tempo
para o reino de Deus? Isso é algo que só você e Deus podem resolver.
Quando chegarmos ao fim de nossa vida, como o apóstolo Paulo, não desejaremos passar mais tempo
assistindo televisão, navegando na internet ou no Facebook. Não desejaremos gastar mais tempo ganhando dinheiro, acumulando mais coisas ou assistindo a mais eventos esportivos. Não nos preocuparemos com o que acumulamos ou as promoções que recebemos. Nossa única alegria quando esta vida acabar será encontrada na bênção que temos dado a nossa família, nosso serviço aos outros, nosso compromisso de avançar o reino de Cristo e o ministério amoroso para com aqueles que nos rodeiam.
Quando John Paton estava se preparando para partir para o serviço missionário nas Ilhas Hébridas, no
Pacífico Sul, muitos de seus amigos e outros membros da igreja tentaram persuadi-lo a não ir. Um velho
senhor cristão chamado irmão Dickerson estava particularmente convencido de que ele estava cometendo um erro e de que desperdiçaria sua vida se fosse. Ele usou todos os argumentos possíveis e concluiu dizendo: “Jovem, se você for, pode ser comido por canibais”. John Paton pensou por um momento e respondeu algo como: “Sr. Dickerson, é verdade. Posso ser, mas a verdade é que, em sua velhice, o senhor também logo será comido… por vermes”. Em outras palavras, todos nós morreremos algum dia se Jesus não vier. Você será capaz de dizer com Paulo: “Minha vida foi derramada como uma libação em serviço a Jesus”?
Como Charles Studd escreveu com tanta eloquência:
“Um dia escutei duas pequenas linhas, nada mais,
Enquanto viajava ocupado numa vida falaz;
Aquilo, ao coração, trouxe certeza presente,
E nunca mais sairia de meu pensamento e de minha mente;
Só uma vida, que logo vai passar
Só o que for pra Cristo irá ficar”.
(Tradução de Mario Persona)
O apóstolo Paulo continua em seu último testamento. 2 Timóteo 4:6:
“[…] o tempo da minha partida é chegado”.
Este é um termo militar: “Estamos montando nossas tendas e prontos para seguir em frente…”.
Este é um termo náutico: “Estamos levantando nossa âncora ou cortando nossas amarras e navegando”.
Para o apóstolo Paulo, a morte não era o fim; era o início de uma jornada para a eternidade.
Para o cristão, de certo modo, a morte é como aguardar o voo de partida. Suponhamos que você esteja
voando do Aeroporto Internacional Washington Dulles para Londres, Inglaterra. O voo pode atrasar, mas
você sabe que em breve o horário do voo chegará. Você está pronto para deixar o país. Seu passaporte está em mãos. Você antecipa a hora da partida com entusiasmo crescente. É disso que Paulo está falando aqui.
A morte está à sua porta. O carrasco está a caminho. Em breve, a espada de dois gumes brilhará no sol do Mediterrâneo e cortará sua cabeça, mas Paulo olha além da dor, reconhecendo que está em uma jornada para a eternidade. Cristo virá um dia para levá-lo para casa. Seus olhos não estão na espada do carrasco, mas no Cristo que morreu para perdoar seu passado, no Cristo que sempre vive para fortalecer seu presente e no Cristo que virá em glória para libertá-lo.
COMBATI O BOM COMBATE…
O cristianismo é uma batalha e marcha. Efésios 6:12:
“porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo tenebroso […]”.
Podemos esperar lutas na vida cristã. Muitos ficam surpresos quando enfrentam dificuldades em suas
vidas como cristãos. Eles se perguntam se Deus os abandonou em suas dificuldades. Observe as palavras
de Paulo em 2 Coríntios 4:8-10:
“Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo”.
Aqui está a tradução de Phillips desta passagem maravilhosa:
“Este tesouro inestimável que guardamos, por assim dizer, em um pote de barro comum – para mostrar que seu esplêndido poder pertence a Deus e não a nós. Temos deficiências de todos os lados, mas
nunca estamos frustrados; ficamos confusos, mas nunca em desespero. Somos perseguidos, mas nunca
temos que suportar sozinhos: podemos ser derrubados, mas nunca somos nocauteados! Todos os dias
experimentamos algo da morte do Senhor Jesus, para que também possamos conhecer o poder da vida de Jesus neste nosso corpo. Sim, nós que vivemos estamos sempre expostos à morte por causa de Jesus, para que a vida de Jesus possa ser vista claramente em nossa vida mortal”.
A batalha que enfrentamos vem de três áreas específicas. Existe a batalha interior – a batalha contra
nossos desejos egoístas pecaminosos, a natureza carnal de nosso coração e as fraquezas da natureza humana. Existe a batalha exterior – a batalha com o mundo secular e humanista ao nosso redor tentando
nos espremer em seu molde. E existe a batalha com as forças do mal do próprio Satanás, que está sempre presente com seus anjos do mal para nos tentar. Aqui está um exemplo muito relevante da batalha que muitos estão enfrentando hoje com as forças do mal que tentam controlar nossa mente.
ILUSTRAÇÃO DA CAMPAL DE MICHIGAN
Recentemente, eu estive em uma grande campal em Michigan. Depois da reunião, Teenie e eu visitamos a livraria adventista para autografar livros. Enquanto conversava com as pessoas na sessão de
autógrafos, conheci um dos professores da Great Lakes Christian Academy, que me disse que lecionava lá
há mais de trinta anos. Fiz a ele esta pergunta: “Que mudanças você viu nos alunos nos últimos trinta
anos?” Sua resposta foi imediata: “Sua obsessão com a mídia digital”. Pedi-lhe que explicasse o que ele
queria dizer. Ele me disse que, como resultado do vício dos alunos em seus telefones celulares, iPads,
Facebook, mensagens de texto, seus períodos de atenção eram muito mais curtos, sua capacidade de
escrever era muito mais pobre e eles ficavam muito mais inquietos nas aulas. Quando a escola começou a
limitar o uso de mídia digital, muitos alunos passaram por sintomas significativos de abstinência.
Com a mídia nos bombardeando com mensagens a cada poucos segundos, é difícil manter o foco. Por
isso, se você não consegue se sentar na igreja sem olhar para seu telefone celular ou verificar suas mensagens de texto ou olhar sua página do Facebook, você está viciado e pode não perceber isso.
Aqui está a boa notícia. No meio da luta de Paulo, no meio do conflito, no meio desta batalha entre o
bem e o mal, ele ecoa esta garantia: “O Senhor me livrará de toda obra maligna e me levará a salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos. Amém!”
Qualquer que seja a batalha que enfrentamos internamente, a graça de Jesus é suficiente para a luta.
Qualquer que seja a luta que enfrentamos externamente, a graça de Jesus é suficiente para a luta.
Qualquer que seja a luta que enfrentamos contra as forças do mal do inferno, a graça de Jesus é suficiente para a luta.
Completei a carreira. O apóstolo agora se volta para uma ilustração dos jogos olímpicos gregos. Vamos
ler 2 Timóteo 4:7: “[…] completei a carreira […]”. Será que Paulo estava pensando na decisiva Batalha de
Maratona que ajudou a mudar o curso da civilização quando os gregos derrotaram o poderoso exército
persa? Um corredor foi enviado para correr a Atenas para contar a história da vitória grega. Fidípides foi o
soldado ateniense com ordens de ir a Atenas e relatar a vitória em Maratona. Ele correu 25 milhas o mais
rápido que pôde, com armadura completa. Assim que chegou a Atenas, ele declarou: “Nenikēkamen!”
“Fomos vitoriosos!” Em seguida, desabou sob o peso de sua armadura e morreu de exaustão.
O apóstolo também usa uma expressão semelhante em 1 Coríntios 9:24-27:
“Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio?
Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa
corruptível; nós, porém, a incorruptível. Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como
desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a
outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”.
O apelo poderoso de Paulo é que a corrida da vida não termina até que termine. Nunca considere sua
vida cristã como garantida. Nunca tire seus olhos de Cristo. Continue crescendo e seguindo em frente.
Nunca podemos dizer: “Eu consegui”. “Eu conheço a verdade há tanto tempo que estou certo da vida
eterna”. O conselho de Paulo é não falhar tão perto da linha de gol. Não permita que o diabo roube sua
coroa tão perto da linha de chegada. Na força de Jesus, fique forte até o fim. Aguente firme, persevere,
resista, nunca desista.
Paulo conclui declarando: “[…] guardei a fé” (2 Timóteo 4:7).
Em outras palavras, “eu não decepcionei meu Senhor e desisti. Não desonrei meu Senhor e falhei com
Ele nesta hora de crise. Não difamei Seu nome em minha vida ou caráter”.
SEM CONCESSÕES… SEM EQUÍVOCOS…
Em 2 Timóteo 4:8, está escrito: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto
juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda”.
Coroa: stephanos….não uma coroa de louros dada a um atleta que desaparece rapidamente, mas uma
coroa eterna de glória sem fim.
Essa é uma coroa de justiça…A palavra aqui para “justiça” é uma palavra que implica qualidades de
caráter. A coroa dos justos é colocada sobre a cabeça daqueles que por meio de Jesus foram redimidos por Sua graça, transformados por Sua graça e libertados por Sua graça. Tudo é por meio da graça. Eles têm cooperado diariamente com Ele e permitido que Ele desenvolva neles um caráter justo para a eternidade.
Essa é a história sobre um pastor mártir do Zimbábue assassinado em um conflito intertribal por tribos rivais que desprezavam os cristãos.
Faço parte da comunhão dos desavergonhados. Eu tenho o poder do Espírito Santo. O dado foi lançado.
Eu ultrapassei a linha. A decisão foi tomada –sou um discípulo Dele. Eu não vou olhar para trás, relaxar,
desacelerar, me afastar ou ficar quieto. Meu passado foi redimido, meu presente faz sentido, meu futuro está garantido. Parei com uma vida sem propósito, um caminhar superficial, joelhos sem marcas,
sonhos incolores, visões domesticadas, conversas mundanas, ofertas baratas e metas anãs. Não preciso
mais de preeminência, prosperidade, posição, promoções, aplausos ou popularidade. Eu não tenho que
estar certo, ser o primeiro, superior, reconhecido, elogiado, respeitado ou recompensado. Agora vivo
pela fé, inclino-me em Sua presença, ando pela paciência, sou elevado pela oração e trabalho com poder.
Meu rosto está firme, meu andar é rápido, minha meta é o Céu, meu caminho é estreito e acidentado,
meus companheiros são poucos, meu guia é confiável, minha missão é clara. Não posso ser comprado,
comprometido, desviado, atraído, recusado, iludido ou atrasado. Não vou recuar diante do sacrifício, não
hesitarei na presença do inimigo, não me importarei com a popularidade nem vagarei no labirinto da
mediocridade. Não vou desistir, ficar quieto, parar, até que eu tenha despertado, levantado, guardado,
orado, pago, pregado pela causa de Cristo. Sou um discípulo de Jesus. Devo ir até Ele chegar, dar até cair,
pregar até que todos saibam e trabalhar até que Ele me impeça. E, quando Ele vier por conta própria, não
terá problemas em me reconhecer. Meu estandarte será claro!
Você dirá como o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”? “Já
agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.”
Minha oração por você é que sua fé cresça, sua vida de oração se aprofunde, sua vida devocional se
torne mais rica a cada dia, seu testemunho se torne mais intencional e apaixonado; que você cresça na
graça diariamente e complete a carreira fortalecido. Amém!