AMOR NA PRÁTICA

Semana Santa – 5° Dia | Quarta-feira



Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. Tiago

1:22, NVI



Dois irmãos trabalhavam juntos na fazenda da família. Um deles era casado e tinha muitos filhos. O outro era solteiro. No final de cada dia, os irmãos se reuniam e
dividiam igualmente o produto e o lucro.
Um dia, o irmão solteiro disse para si mesmo: “Não é justo que eu divida igualmente o produto e o lucro de nossa fazenda. Afinal, eu vivo só e minhas necessidades
são menores”. Assim, cada noite ele tomava um saco de grãos de seu celeiro, cruzava
o pátio que ficava entre as duas casas e o levava ao celeiro de seu irmão. O irmão casado, por sua vez, pensava: “Não é justo que eu divida igualmente o produto e o lucro
de nossa fazenda com meu irmão solteiro. Afinal, eu sou casado, tenho esposa e filhos
que com certeza cuidarão de mim no futuro. Meu irmão não tem ninguém, portanto,
seu futuro parece ser mais incerto que o meu”. Assim, cada noite ele pegava um saco
de grãos e o depositava no celeiro de seu irmão.
Ambos ficaram intrigados por anos porque sua própria quantidade de grãos nunca
diminuía. Sentiam, porém, que o respeito e a consideração que tinham um pelo outro
parecia aumentar a cada dia. Até que em uma noite escura, os dois irmãos se encontraram e descobriram o que estava acontecendo. Eles deixaram ali o saco de suprimentos
que traziam e se abraçaram. Entenderam que a preocupação de um pelo outro fez com
que aumentasse o amor que os unia.
Quando se vive o amor, as coisas materiais não ocupam o lugar de destaque em
nossa escala de valores. As pessoas passam a ser o mais importante em nossa vida.
O egoísmo dá lugar ao desprendimento, e o senso de completude torna-se palpável e
contagiante.


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Nunca se falou tanto em amor quanto hoje. O amor parece ser o centro da vida.
Ninguém vive sem ele. Ele nunca é demais, e, pela falta dele, o mundo sofre. Todos nós
nascemos para amar e ser amados. Mas parece que, quanto mais se fala em amor, menos se vive o amor. Essa é uma das marcas de nosso tempo. E qual é o risco de falarmos
em amor, mas não vivermos o amor? Bem, esse assunto é muito amplo e merece uma
atenção especial, porque todos estamos envolvidos.
Ellen White afirma: “O amor não pode viver sem ação, e cada ato aumenta-o, robustece-o, expande-o. O amor obterá a vitória onde o argumento e a autoridade são
impotentes. O amor não trabalha pelo proveito nem pela recompensa; todavia foi
ordenado por Deus que grande ganho acompanhe seguramente toda obra de amor”
(Testemunhos Seletos, v. 1, p. 50). O desinteresse, porém, parece ser a marca de nossos tempos. Tudo parece girar em torno dos caprichos pessoais. Tragicamente, essa
postura é o tipo de atitude que caracteriza nosso mundo. O egocentrismo é a essência
de nossos dias. “Faça o que lhe vem à cabeça. Preocupe-se apenas com você mesmo.
Ignore os outros.” Esse é o evangelho secular de nosso mundo.

Mas o evangelho cristão, que é suportar a carga uns dos outros e, assim, cumprir
a lei de Deus, é exatamente o oposto daquilo que temos ouvido. A esperança que impede o egocentrismo e o materialismo de dominarem por completo nossa sociedade
é o evangelho de Cristo vivido com fé e coragem pelas pessoas que se preocupam em
suprir as necessidades humanas de seus semelhantes.
Não há alternativa para este mundo a não ser o amor: o amor que transforma, o
amor que cura, o amor que perdoa, o amor que ajuda. Em Atos 10:38, podemos ler que
Cristo andou pela Terra fazendo o bem. A preocupação de Jesus era fazer o bem. As
pessoas eram o que havia de mais importante em Sua vida. Por causa delas, Ele veio a
este mundo e, para elas, Ele viveu. Sua vida foi de total desprendimento, preocupação
e interesse pelo bem-estar de todos quantos careciam de atenção e apoio.

Fazendo o bem sem olhar a quem

Blog da Ariene: Faça o bem, mas faça agora! - Rev. Hernandes Dias Lopes

Jesus amava e ajudava a todos indistintamente. Até mesmo os leprosos, sobre quem
recaía uma pesada condenação social, que eram discriminados porque se acreditava
que essa doença era fruto de uma maldição direta de Deus, eram aceitos por Jesus e,
mais do que isso, eram perdoados e curados. Jesus tocava neles e os curava, criava laços com os rejeitados e oferecia-lhes a oportunidade de vida eterna. E esta era a lição que Ele queria que aprendêssemos: “fazer o bem sem olhar a quem”.
Jesus era incomparável em tudo o que fazia. Ele era o amor em pessoa, era a encarnação da misericórdia e da bondade. Ao observarmos a vida de Jesus e Seus ensinos,
chegamos à conclusão de que é impossível conceber a ideia de uma vida sem amor. É
sempre gratificante encontrar uma pessoa que tenha assimilado esse espírito de bondade, esse amor incondicional.
Em 1 Coríntios 13:4-8, o apóstolo Paulo afirma: “O amor é paciente e bondoso. O
amor não arde em ciúmes, não se envaidece, não é orgulhoso, não se conduz inconvenientemente, não busca os seus interesses, não se irrita, não se ressente do mal. O
amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. O amor tudo sofre,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba. […]” (NAA).
Essa é uma das mais belas e perfeitas descrições do verdadeiro amor: simples, direta e muito significativa. Só será possível viver esse verdadeiro amor, esse amor puro
que sofre, que é bondoso, que não se vangloria, que não se irrita e que é paciente se
permitirmos que Aquele que é amor habite em nós. É impossível haver amor sem a
presença de Deus, porque o amor não é uma coisa; o amor é uma Pessoa. A Bíblia afirma que “aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4:8, ACF)..
Jesus veio a este mundo revelar o caráter do Pai. Quando Seus discípulos lhe pediram: “Mostra-nos o Pai”, Jesus lhes respondeu: “Há tanto tempo que estou convosco,
e ainda não me conheces?” (Jo 14:9, AA). Você entende? Deus não tem simplesmente
amor. Deus é amor. Jesus veio a esta Terra para revelar o Pai. Portanto, se quisermos
conhecer o amor na prática, temos que conhecer Jesus. Se quisermos viver o amor na
prática, temos que viver com Jesus.
Podemos até produzir atos de bondade e de caridade, mas se não tivermos o amor
de Jesus motivando nossas ações, nossos atos não serão perfeitos. “Mas Deus prova
o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós
ainda pecadores” (Rm 5:8).
Para entendermos o amor, teremos que entender Jesus, porque Jesus é o amor de
Deus na prática, feito Pessoa. Quando entendermos completamente o que aconteceu
na cruz – toda a amplitude de significado espiritual que ali está estampada – jamais
questionaremos os limites do verdadeiro amor.


Amor na Prática

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João 13:17 afirma: “Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes”. A vida de Jesus foi exemplo em todas as áreas, mas o que mais sobressaía Nele era
Sua compreensão da miséria que o pecado havia causado no ser humano e Seu grande
esforço em demonstrar amor pelos sofredores. Essa era Sua missão. Conhecedor do
mundo em que vivia, Ele estava sempre alerta para atender a quem quer que fosse e
para cumprir Sua missão. “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu
para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na
sinagoga tinham os olhos fitos nele” (Lc 4:16-20).
Perceba que o ministério de Jesus, basicamente se resumia a evangelizar, proclamar libertação, restaurar, libertar e pregar. Se analisarmos a vida de Jesus, perceberemos que essa missão foi cumprida à risca, não ficou apenas na filosofia, no desejo, mas
Ele a cumpriu mesmo em face dos maiores desafios. Ele conhecia Seu mundo, sabia da
condição em que este mundo se encontrava e partiu para a ação, mesmo sabendo de
todos os riscos que envolviam Sua missão.
Hoje nós temos um mundo que clama, e nossa missão deveria ser nos espelharmos
na missão do Salvador e em Suas orientações para um ministério que exige que coloquemos em ação nosso conhecimento Dele. Através de Seu ministério, Jesus afirmou
“A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos” (Mt 9:37, NAA).
A situação do nosso mundo também clama por auxílio. Desemprego, fome, miséria,
medo, insegurança, doença e morte. Essas são palavras atuais e dolorosas. Elas são também
o retrato de uma sociedade desequilibrada, doente e carente. De um lado, existe a carência
de alimentos, de atenção e de carinho por parte dos que sofrem. Por outro lado, há falta de
interesse e de simpatia por parte dos que têm melhores condições.
Alguma coisa deve ser feita. Todos nós sabemos disso. Não adianta muito acharmos que
alguma coisa pode e deve ser feita. Se quisermos alterar esse quadro, temos que agir. Apenas
boas intenções não são suficientes. Temos que arregaçar as mangas e partir para a ação.
Quando não estamos dispostos a dispensar nosso tempo ou nossa atenção, quando achamos que existem outras coisas que devem ter nossa prioridade, simplesmente usamos palavras para contornar a situação. Assim, empurramos para debaixo do tapete o verdadeiro
problema.
O apóstolo Paulo, na carta que escreveu aos Coríntios, estava preocupado com esse
mesmo assunto. No capítulo 13 e verso 13 de sua primeira carta, lemos: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor”. Portanto,
nesse verso, o apóstolo Paulo está afirmando que o amor é maior do que a esperança e a fé.
O verdadeiro amor nos leva a mudar de comportamento, e a única maneira de sabermos se
nosso amor é genuíno, é verificarmos se ele significa ação. O amor é a maior virtude, porque
só através do amor as pessoas podem voltar a ter fé e esperança.


Como amar?

ASSUNTOS DA EKKLESIA: As Três Faces do Amor

Para que o amor seja genuíno, ele deve nos levar à ação. Tiago 2:15 e 16 diz: “Se
um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem,

contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso?” Esse versículo é
claro: o amor significa ação.
Há um provérbio chinês que afirma: “Aquele que sabe e não pratica, ainda não
sabe”. É exatamente disso que estamos falando. Devemos fazer um esforço e ajudar
aqueles que necessitam. Atos 10:38 diz que Jesus andava por toda parte fazendo o bem.
Realmente, Jesus era mestre em visitar, fazer o bem e praticar atos de bondade. Ele
tinha uma mão ajudadora, um toque gentil. Quando Jesus aparecia em algum lugar, os
famintos eram alimentados, as viúvas eram amparadas.
Que milagre maravilhoso acontecia quando Jesus aparecia! Os sofredores eram
aliviados, e os doentes, curados. Mas parece que o maior milagre de Jesus era que Ele
sabia onde os famintos e os sofredores estavam.
Acredito que nós todos amamos o bastante para querer ajudar aqueles que sofrem,
porém nosso problema é que estamos muito ocupados e não temos tempo. A pressa e
o desinteresse dirigem nossa atenção a outras prioridades, e perdemos a oportunidade
de descobrir como eles sofrem.
Uma das mais bonitas definições de cristianismo foi encontrada em um pequenino quadro pendurado na sala de um pastor: “Cristão é aquele cujo coração se parte
pelos mesmos motivos que partiam o coração de Cristo”. Nunca alcançaremos a felicidade a menos que aprendamos a ser felizes através da felicidade de Cristo. E o que O
deixava feliz? A salvação de Seus filhos. Essa é a essência do evangelho.
Deus, o Todo-Poderoso, poderia simplesmente dar uma ordem e todos os famintos
da Terra seriam alimentados. Mas Ele não permite que isso aconteça porque quer que
nós repartamos as bênçãos que nos concede. No milagre da multiplicação dos pães
e peixes, Jesus afirmou: “Dai-lhes vós de comer”. É disso que estamos falando; essa
responsabilidade é nossa. Foi Jesus que operou o milagre, mas foram os discípulos que
alimentaram a multidão. O poder foi de Jesus, mas os discípulos foram o canal.
Os cristãos têm o belo hábito de orar antes de cada refeição. Não raro, ouvimos
nessas orações algumas frases do tipo: “Senhor, dá aos pobres e necessitados”. Parece
que estamos devolvendo a responsabilidade que é nossa para Deus.


Testemunho
Márcio Augusto de Jesus ficou órfão de pai e mãe aos 7 anos. Essa tragédia marcou
sua trajetória, e ele passou a ser rotulado por ter um mau comportamento e muita dificuldade para se encaixar nos moldes de disciplina socialmente aceitáveis. Ele morou
na casa dos tios por pouco tempo, morou em semi-internato, em internato e em casas
vizinhas à escola até que se deu conta de que Deus colocara alguém especial em sua
vida.
Aos 10 anos de idade, por quase 3 anos, “os anos de ouro de sua vida”, ele morou na
casa de uma senhora muito missionária e cristã. Aquela era uma casa muito simples,
mas ali se respeitava muito a Palavra de Deus
Sob os cuidados e pelo testemunho daquela senhora, ele conheceu o amor de Deus,
e ali se deu sua conversão. Na vida dela, ele viu o amor na prática. Ela vivia o evangelho
e tinha sempre a Palavra de Deus em sua boca instruindo esse garoto órfão com persistência, conversando sobre a Palavra de Deus sentado em casa, andando pelo caminho,
ao se deitar e ao se levantar (Dt 6:7).
Márcio conseguiu entender o amor de Deus através do acolhimento e da vida cristã daquela mulher. A partir desse impacto, ele decidiu assumir um compromisso definitivo de ser do Senhor e entregar sua vida a Cristo.

Na realidade, Deus nos deu bens para que, através de nosso amor, possamos repartir com nosso semelhante. Deus não manda anjos com alimentos e roupas às favelas.
Ele manda seres humanos dispostos a demonstrar Seu amor através do desprendimento e da verdadeira caridade. Só assim as pessoas voltarão a ter fé e esperança. Não
podemos nos esquecer de que foi Jesus que disse: “Em verdade vos afirmo que, sempre
que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25:40).

Apelo

Peça a Deus que o ajude a se preocupar com seu próximo e que aumente seu amor
para com seu irmão.
Que sua preocupação seja a mesma de Jesus: amar fazendo o bem.
Tenha em mente que sua missão é se espelhar no amor do Salvador para amar seu
semelhante.
Não se esqueça de que, para que o amor seja genuíno, ele deve nos levar à ação