Texto bíblico Lucas 5:17-26
Quais sementes você tem semeado na sua vida e quais sementes você tem semeado
na vida da sua família e de seus amigos?
Fortalecidos para vencer – semana da família
Todos os seres humanos, de uma ou outra forma são influenciados
pela lei da semeadura e da colheita. Todos nós, sem exceção, já tivemos colheitas boas em nossa vida e
também já vivenciamos momentos e períodos em que tivemos que colher
frutos amargos, produto de decisões equivocadas, sementes plantadas em
terrenos que Deus nunca nos pediu para lançarmos. Porém, nosso Deus
é tão misericordioso que mesmo sabendo que precisamos passar por
essa colheita, Ele minimiza as dores, diminui o tempo e, por muitas vezes,
coloca uma espécie de anestesia para que a dor não seja tão forte.
O melhor é semearmos as sementes que Deus nos oferece e permitir
que Ele outorgue o crescimento e a multiplicação. A pergunta que fazemos é: Quais sementes você tem semeado na sua vida e quais sementes
você tem semeado na vida da sua família e de seus amigos?
Talvez hoje você esteja colhendo
um fruto amargo, produto de um
tempo em que não conhecia a Palavra de Deus. Semeou espinhos e hoje
está colhendo frutos difíceis? Não se desespere, não pense que Deus não vê sua dor e aflição. Ele tem poder para transformar a colheita mais terrível em bênçãos na vida de Seus filhos.
A cura de um paralítico
A história de hoje vai falar sobre
alguém que tinha semeado más sementes durante um longo tempo da sua vida e que agora, deitado em uma cama, estava colhendo o fruto sofrido da sua libertinosa vida pregressa.
Lucas, capítulo 5, a partir do verso 18, não diz quais tinham sido essas decisões e qual era a razão pela qual esse homem se encontrava paralítico.
Havia recorrido aos líderes religiosos da época para buscar alívio ao sofrimento da sua alma, mas sem sucesso. Eles, por diversas vezes, o haviam
recebido de forma dura, dizendo que se ele se encontrava naquela condição
é porque seus atos passados haviam sido libidinosos e que Deus agora o
estava castigando. Haviam fechado inclusive a possibilidade da salvação,
dizendo que não havia esperança para aquela alma pecadora.
Cercado desses pensamentos, ele se sentia desiludido da vida e sem esperanças para viver. Nos tempos atuais, poderíamos dizer que o personagem principal de
nossa história se sentia depressivo ou com sintomas de depressão.
O transtorno depressivo tem um potencial significativo de morbidade e mortalidade, contribuindo para suicídio, incidência e resultados adversos de doenças médicas, interrupção das relações interpessoais, abuso de substâncias e tempo de trabalho
perdido. Em uma pesquisa realizada durante 2009-2012, 7,6% dos americanos com 12 anos ou mais tiveram depressão (sintomas depressivos moderados ou graves).
A depressão foi mais prevalente entre mulheres com idade entre 40 e 59 anos. Com o tratamento adequado, 70-80% dos indivíduos com transtorno depressivo
maior podem alcançar uma redução significativa nos sintomas.
Transtorno depressivo
A maioria das pessoas com transtorno depressivo não aparenta estar
doente. Em pacientes com sintomas mais graves, pode-se observar um
declínio na higiene, bem como uma mudança no peso. As pessoas com
esse diagnóstico também podem mostrar o seguinte:
• Retardo psicomotor;
• Perda de reatividade no afeto
do paciente (isto é, expressão emocional);
• Agitação psicomotora.
Entre os critérios para um transtorno depressivo, pelo menos cinco
dos seguintes sintomas devem estar presentes durante um período de
duas semanas (e pelo menos um dos
sintomas deve ser de menor interesse/prazer ou humor deprimido):
• Humor deprimido: para crianças e adolescentes, isso também
pode ser um humor irritável;
• Interesse diminuído ou perda
de prazer em quase todas as atividades (anedonia);
• Alteração significativa de peso ou distúrbio de apetite. Para
crianças, isso pode significar falha no ganho de peso esperado;
• Distúrbio do sono (insônia ou hipersonia);
• Agitação ou retardo psicomotor;
• Fadiga ou perda de energia;
• Sentimentos de inutilidade;
• Diminuição da capacidade de pensamento ou concentração,
indecisão;
• Pensamentos recorrentes de morte, ideação suicida recorrente sem um plano específico
ou uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer
suicídio. Fonte CDD 2019)
A cura do coração
Assim, se sentia aquele paralitico.
Inútil na vida e sem esperança por um futuro melhor.
“Como o leproso, esse paralítico
perdera toda esperança de restabelecimento. Sua doença era o resultado de uma vida pecaminosa, e seus sofrimentos eram amargurados pelo
remorso. Em vão apelara para os fariseus e os doutores em busca de alívio;
pronunciaram incurável o seu mal, declararam que havia de morrer sob
a ira de Deus” (Ciência do Bom Viver, p. 73 – grifo acrescentado).
Porém, o paralítico ouvira falar que muitos haviam sido curados por
Jesus, e não necessariamente a cura do corpo era o que ele mais ansiava,
mas, sim a cura do coração. Queria voltar a ter esperança novamente!
Queria ter a paz no coração que há muito tempo havia perdido! A paz
que nada deste mundo pode dar, apenas Cristo. “Não era, entretanto, o
restabelecimento físico, que desejava tanto, mas o alívio ao fardo do pecado.
Se pudesse ver a Jesus, e receber a certeza do perdão e a paz com o Céu,
estaria contente de viver ou morrer,
segundo a vontade de Deus” (O Desejado de Todas as Nações, p. 181).
Enquanto um grupo de pessoas na casa de Pedro estava em pé buscando
alguma maneira de criticar Jesus, pois fariseus e mestres da lei haviam vindo de toda a Galileia (segundo Flávio Josefo havia mais de duzentas cidades e aldeias somente na Galileia), Judeia e Jerusalém em busca de alguma ocasião contra o Salvador. Bem perto dali, a poucos quilômetros, numa
casa simples, estava alguém que anelava estar diante da presença do Salvador para, por Ele, ser aliviado do seu sofrimento.
Lucas 5:17 diz: “E o poder do Senhor estava com ele para curar”. Existem
duas palavras recorrentes no Novo Testamento para a palavra poder. A
mais usada é a palavra dunamis, que quer dizer “um poder que explode,
que faz barulho, que todo mundo enxerga suas consequências”. Mas, existe uma outra palavra que é usada no texto de hoje, exousía, que quer dizer
poder, autoridade, potestade, direito.
A Bíblia está dizendo que Jesus tinha e tem poder, autoridade e direito
sobre o mal. Portanto, nada poderia
impedi-Lo de curar, seja uma doença física, emocional ou espiritual.
O que mais chama a atenção na história é que um grupo de pessoas que
estava fisicamente ao lado de Cristo, mas, cujo coração estava longe,
não consegue vislumbrar esse poder.
E outro pequeno grupo de pessoas muito perto dali, embora separado da
presença física de Jesus, anelava por esse poder transformador, ou seja, o
paralítico e seus amigos.
Ellen G. White no livro A Ciência do Bom Viver, na página 74 diz:
“O Espírito de vida pairava sobre a assembleia, mas os fariseus e os doutores
não Lhe discerniam a presença. Não experimentavam nenhum sentimento de necessidade, e a cura não era para eles”.
O que verdadeiramente dá sabor a uma refeição ou prato de comida, não
tem tanto a ver com quem prepara o alimento ou com a receita, matéria prima ou ingredientes, mas, com
quanta fome a pessoa que vai comer tem. Assim, muitas pessoas podem
estar perto da igreja, mas, longe de Cristo porque não tem fome de Suas
palavras. Não são capazes de discernir o poder, a autoridade que Cristo
tem de transformar a vida, curar o coração. Porém, há outros que, muitas vezes, se sentem desprezados e,
mesmo longe, sentem uma fome absurda pelas palavras de Deus.
E você, quanta fome tem pela Palavra de Deus? Nessa história você é
como o paralítico ou como os mestres da lei?
Verdadeiros Amigos
Voltemos nosso olhar para os amigos do paralítico. Mas antes, vamos
refletir, o que é um amigo de verdade? Amigo de verdade não é aquele que chama para beber, nem para
trair a esposa, ou para usar qualquer tipo de droga. Amigo de verdade é
aquele que quer você mais perto de
Deus, tendo paz no coração, se reerguendo na vida, tendo a capacidade
de sonhar de novo, abandonando a vida passada de tristeza pelo pecado
e caminhando uma nova vida com Cristo. Amigo que é amigo aproxima
você de Jesus e não o afasta Dele.
Os amigos do paralítico eram desse tipo de amigos. Foram até a casa do
seu amigo paralítico e por insistência dele mesmo idealizaram um plano de
colocar seu amigo frente a frente com o Salvador. “Foi-lhe dito que outros,
tão pecadores e desamparados como ele, haviam sido curados; até mesmo
leprosos tinham sido purificados. E os amigos que relatavam essas coisas
animavam-no a crer que também ele poderia ser curado, caso fosse conduzido a Jesus” (O Desejado de Todas as Nações, p. 181).
“Suplicou aos amigos que o conduzissem em seu leito a Jesus, o que
empreenderam satisfeitos. Tão compacta era, porém, a multidão que se
aglomerara dentro e em volta da casa em que estava o Salvador, que era
impossível ao doente e seus amigos chegarem até Ele, ou mesmo pôr-se
Lhe ao alcance da voz” (A Ciência do Bom Viver, p. 75).
Mesmo diante das aparentes dificuldades, pois havia
uma grande multidão em volta da casa de Pedro, onde Jesus estava, os
amigos do paralítico não iriam desistir de levar seu amigo até a presença
do Salvador.
Por sugestão do próprio paralítico, diante das impossibilidades, ele teve a
ideia de entrar pelo teto da casa. Naqueles tempos os tetos das casas eram
planos e sempre havia uma escada pelo lado de fora, como uma forma
facilitada também de celebrar a Festa das Cabanas dos judeus. Os telhados
eram compostos basicamente de vigas e palha e barro, material leve e
fácil de colocar e desprender.
Por sugestão do próprio doente, os amigos tentaram uma alternativa diferente de o colocar na presença física de Jesus. Aqui há também uma lição muito importante para todos
nós. Por vezes precisamos nos desvencilhar de alguns “telhados” com o
objetivo de apresentar Cristo às pessoas. Experimentar novos métodos,
novos caminhos para que as pessoas possam chegar a conhecer Cristo.
O sermão de Cristo foi interrompido quando provavelmente começou a
cair poeira, alguns pedaços de palha e terra na cabeça Dele e dos outros
que estavam no local. Quando todos olharam para cima, viram quatro
pessoas segurando um leito que começava a descer por quatro cordas.
Ao ficar frente a frente com Jesus, o olhar de desespero se cruzou com o
olhar perdoador de Cristo. Jesus leu a angústia de um coração que há anos
vivia em depressão e na absoluta desilusão. Percebeu que o que mais ele
buscava era o perdão dos seus pecados e a paz que excede todo entendimento. Jesus sabia que o paralitico já havia se arrependido da vida pregressa de pecados.
“Enquanto o paralítico ainda se achava em casa, o Salvador infundira-lhe convicção na consciência.
Quando se arrependera de seus pecados, e crera no poder de Jesus para
o curar, as vitalizantes misericórdias do Salvador haviam começado a beneficiar-lhe o anelante coração. Jesus observara o primeiro lampejo de
fé transformar-se em crença de que Ele era o único auxílio do pecador,
e vira-o tornar-se mais e mais forte a cada novo esforço para chegar a
Sua presença” (O Desejado de Todas as Nações, p. 182 – grifo acrescentado).
Portanto, sua primeira declaração foi: “Filho, teus pecados estão perdoados!”
Que grande presente ele recebeu! Parece que uma tonelada de peso havia saído de si!
Para ele a missão dos seus amigos e a dele já estava cumprida. Encontrara a cura da sua alma, poderia agora esperar a morte em paz. Porém, Jesus sempre vai mais longe que nossos
melhores sonhos. Jesus usa a expressão teknos, que significa “filhinho” e
vai diretamente onde estava o sangramento da ferida.
“O fardo de desespero cai da mente do doente; repousa-lhe no
espírito a paz do perdão, brilhando-lhe no semblante. O sofrimento
físico desaparece, e todo o seu ser
é transformado. O impotente paralítico estava curado e perdoado
o culpado pecador!” (O Desejado de Todas as Nações, p. 182).
Automaticamente, aqueles que estavam ali somente para criticá-Lo
começaram a se olhar mutuamente.
Lembravam de quantas vezes o mesmo paralítico os havia importunado
e eles o haviam despedido sem atendê-lo e ainda colocando mais culpa
sobre ele. Pensavam agora com condenação: quem Jesus se achava para
perdoar pecados? Tinham o motivo certo que haviam ido buscar: Jesus
assumindo o papel de Deus. “Fixando sobre eles o olhar, sob o qual se
acovardaram e recuaram, disse Jesus:
‘Por que pensais mal em vossos corações? Pois qual é mais fácil dizer:
Perdoados te são os pecados; ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para que
saibais que o Filho do homem tem na
Terra autoridade para perdoar pecados’, disse então ao paralítico:
‘Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa’” (O Desejado de Todas as Nações,
p. 183 – grifo acrescentado).
O paralítico se levanta dando Glórias
a Deus! Seu passado estava esquecido! Os anos de sofrimento, depressão
e desesperança já não existiam mais!
Jesus havia mudado tudo! O sacrifício dos amigos de levá-lo até a presença de Jesus havia valido a pena!
Talvez você hoje se sinta desiludido.
Talvez hoje eu esteja falando a alguém que tem pensamentos de não
continuar vivendo, pois, a vida foi muito dura com você. Talvez você
tenha sido traído depois de ter depositado anos de amor e comprometimento por essa pessoa.
Deixe-me lhe dizer uma coisa:
Se você vier até a presença de Jesus neste
momento, Ele perdoará seus pecados e levantará sua vida espiritual para
viver novos sonhos, novos projetos, novas experiências com Deus.