A VERDADE PRESENTE

MORDOMIA CRISTÃ- Janeiro 24

OBJETIVO DO SERMÃO
Levar a igreja a compreender a importância das três
mensagens angélicas como uma verdade presente.
Aplicar para a vida prática os ensinos de Apocalipse
14:6-12 e apelar para que todos vivam à altura dos
fiéis do tempo do fim.


Na década de 1840, revoluções sociais,
políticas, científicas e religiosas começaram a mudar o mundo. Charles Darwin escreveu o rascunho de A Origem das Espécies em 1842, mas hesitou em
publicar suas ideias. Em 1859, porém,
seus pensamentos haviam se desenvolvido o suficiente para que ele se dispusesse
a revelá-los. O impacto do pensamento
evolucionário na ciência, filosofia, psicologia e religião é incalculável. Se formos apenas produtos do acaso e nada mais do que uma coleção de genes e
cromossomos, a vida terá pouco significado. A busca imprudente da felicidade

pessoal torna-se nosso objetivo final. A vida tem pouco ou nenhum significado
se os seres humanos forem simplesmente moléculas de proteínas aumentadas.

Simultaneamente, com o desenvolvimento do pensamento evolucionista, Karl
Marx e Friedrich Engels abalaram o mundo com O Manifesto Comunista, publicado pela primeira vez em Londres e depois traduzido para vários idiomas.
O socialismo extremo, combinado com a declaração frequentemente citada de
Marx de que “a religião é o ópio do povo”, somado à centralização do poder para
um seleto grupo que considerava os trabalhadores, ou o proletariado, nada mais
do que blocos de construção na parede do Estado, levou ainda mais à desumanização dos seres humanos. Esses movimentos sociais, políticos, científicos e ideológicos colocavam uma estimativa extremamente baixa de toda a vida humana,
descartando o conceito de um Deus pessoal como o Criador do Universo.


Propósito duradouro
O Senhor, porém, não permitiria que os seres humanos permanecessem sem
um testemunho Dele. Foi também na década de 1840 que Ele levantou um
movimento para proclamar Sua mensagem para os últimos dias a um mundo que ansiava por descobrir significado e propósito. Um grupo de cristãos
de várias origens religiosas começou a estudar as antigas profecias de Daniel e Apocalipse. Com o tempo, eles descobriram uma mensagem feita
sob medida, algo capaz de responder às grandes questões da geração do tempo do fim. O cerne dessa mensagem encontra-se em Apocalipse 14:6 a 12.
Em uma visão, Jesus visitou João na ilha de Patmos para revelá-la ao mundo. As
três mensagens angélicas que aparecem em Apocalipse 14 nos dão um propósito
duradouro para a existência. Elas nos dão uma razão ampla de nosso ser. Bem entendidas, elas falam sobre questões morais e espirituais importantes do século 21.
Apocalipse 14 se divide em três partes. Os primeiros cinco versos descrevem o povo redimido de Deus, visto muito acima das provações da Terra
e com Jesus para sempre no Céu. Os últimos oito versos descrevem a
segunda vinda de Cristo e a colheita final. Apocalipse 14:6 a 12, estrategicamente colocado entre os dois eventos, contém a instrução final de Deus
para preparar os moradores da Terra para o retorno do Senhor.

Evangelho eterno
Com esse contexto em mente, estamos prontos para considerar Apocalipse 14:6
a 12. O primeiro aspecto que notamos no verso 6 é sua origem celestial. É uma
orientação urgente de significado eterno para a geração do tempo do fim.
O plano de Cristo para nos libertar do poder do pecado não foi uma decisão
tardia. O apóstolo Pedro escreveu: “sabendo que não foi mediante coisas
perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil
que seus pais lhes legaram, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de
um cordeiro sem defeito e sem mácula. Ele foi conhecido antes da fundação
do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês”
(1Pe 1:18-20). Sobre esse ponto, Ellen White comentou: “O plano de nossa
redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da queda de
Adão. Ele foi ‘a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos’ (Rm 16:25)” (O Desejado de Todas as Nações, p. 11).


Missão divina
A próxima sentença no verso 6 relata que o anjo tem o “evangelho eterno” para
proclamar a “cada nação, tribo, língua e povo”. Aqui está uma missão tão grande
e desafiadora que exige tudo de nós. As três mensagens angélicas nos dão o propósito de viver por algo maior do que nós. Elas nos conduzem da estreiteza de
nosso coração egoísta para a alegria do serviço no reino eterno de Deus.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia encontra sua força na missão. Porque
cremos na comissão do Evangelho Eterno, devemos apoiar generosamente
a missão por meio dos seus dízimos e ofertas missionárias. Por décadas, temos falado fervorosamente em “terminar a obra”. Mas o declínio das ofertas
missionárias impede a igreja de começar um novo trabalho em novas áreas,
reduz o número de missionários e restringe nossa missão.
Nos últimos anos, milhões de pessoas de regiões desafiadoras do mundo encontraram a salvação em Jesus e se uniram à Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Milhares de novas congregações foram estabelecidas em novas áreas. Como
esses novos convertidos são mantidos? Como recebem recursos, materiais
e programas para fortalecer sua nova fé? Como recebem cuidado pastoral
permanente? As ofertas missionárias que dão vida, dadas regular e sistematicamente, ajudam a sustentar e desenvolver novos trabalhos em todo o mundo.

Santificação
Temer a Deus revela nossas atitudes; dar-Lhe glória, nossas ações. Portanto, temer a Deus está relacionado com o que pensamos, enquanto dar-Lhe glória envolve o que fazemos. Além disso, temer a Deus
trata do compromisso interno de torná-Lo o centro de nossa vida;
por sua vez, dar-Lhe glória revela como nossas convicções se traduzem em um estilo de vida que honra o Senhor em tudo o que fazemos.
O apóstolo Paulo explicou o que significa dar glória a Deus: “Portanto, se
vocês comem, ou bebem ou fazem qualquer outra coisa, façam tudo para a
glória de Deus” (1Co 10:31). Quando Deus é o centro de nossa vida, nosso
único desejo é glorificá-Lo em todos os aspectos, seja isso relacionado à nossa dieta, às roupas que vestimos ou ao nosso entretenimento.


Criação
Deus não pode ser surpreendido. Por séculos, Satanás planejou atacar o ensino
bíblico da Criação. Apocalipse 14:7 termina com um apelo: “Adorai Aquele
que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (ARA). Trata-se de um
chamado para adorar o Criador em uma época na qual a maior parte do mundo
científico e grande parte do mundo religioso aceita o evolucionismo de Darwin.
A criação fala de nosso valor aos olhos de Deus. Não estamos sozinhos no
Universo nem somos um acidente genético. Em vez disso, fomos criados. A
criação está no centro de toda adoração verdadeira. O sábado fala do cuidado do Criador e do amor do Redentor. O santo dia de descanso indica que
Deus nos criou para um propósito magnífico e nos amou demais para nos
abandonar quando nos afastamos desse objetivo.
Semanalmente, o sábado nos lembra Daquele que providenciou todas as
coisas boas para nós. Em vez de uma exigência legalista arbitrária, ele revela
que o verdadeiro descanso da justiça pelas obras é encontrado apenas em
Deus. O sábado é o elo eterno entre a perfeição do Éden no passado e a
glória dos novos céus e da nova Terra no futuro.


Confusão religiosa
O que dizer sobre as mensagens do segundo e do terceiro anjo? Qual é o significado das expressões “Caiu, caiu a grande Babilônia” e “marca da besta”?
Em essência, ambas falam da arrogância egocêntrica e do orgulho humano,
não do amor abnegado que vem de Deus.
Babilônia representava as orgulhosas conquistas da humanidade. Era um símbolo das obras humanas, não da graça divina; das tradições humanas em vez
de dos mandamentos do Senhor. No Apocalipse, a Babilônia espiritual representa os ensinos confusos de todos os grupos religiosos. Ela minimiza e marginaliza a autoridade das Escrituras, substituindo-a pela autoridade humana.
A mensagem de Deus nos últimos dias chega ao clímax em Apocalipse 14:12,
quando João, em visão profética, descreve um grupo de fiéis do tempo do fim
que “guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12).


CONCLUSÃO:
O autor dinamarquês Søren Kierkegaard contou uma parábola sobre o fim
dos tempos. Foi mais ou menos assim: Um incêndio irrompeu nos bastidores
de um grande teatro. Um palhaço, que fazia parte da apresentação, saiu para
avisar a plateia: “Saiam! Este lugar está pegando fogo!» A plateia achou que era
apenas uma grande piada, parte do show, e só aplaudiu. Ele repetiu o aviso:
«Saiam! Saiam!» Mas quanto mais enfaticamente ele os avisava, maior era a
salva de palmas. Para Kierkegaard, é assim que o mundo vai acabar; isto é,
com a salva de palmas geral daqueles que pensam que é uma piada. Como
sabemos, o fim do mundo e os eventos que levam a ele não são nada engraçados. Precisamos viver e proclamar a mensagem de Deus para o tempo do fim.


APELO:
Os fiéis do tempo do fim passarão pelo maior tempo de angústia da história do
mundo. Contudo, por meio da graça e do poder de Jesus, eles sairão vitoriosos.
As três mensagens angélicas serão proclamadas em cada metrópole, cidade, vila e
bairro. Dezenas de milhares de pessoas aceitarão a mensagem de Deus dos últimos
dias. O Senhor terminará Sua obra na Terra. Cada pessoa tomará sua decisão final
e irrevogável em favor de Cristo ou contra Ele, e Jesus virá com poder e glória para
levar Seu povo para casa. Quantos querem hoje tomar a decisão de, a cada dia,
buscar viver à altura do chamado divino apresentado na mensagem de hoje?