MIGALHAS

QUARTA DE PODER – SERMÃO 8


A Todo Semelhante Meu – Novo HA, nº 241

Que alegria receber cada um de vocês para o oitavo tema da Quarta de
Poder! É muito bom ter você conosco! Estamos estudando alguns dos
milagres de Jesus e como eles nos encorajam a crer, amar e servir ao Deus
que continua realizando milagres hoje, no contexto do tempo do fim.
Nesta noite, vamos refletir no milagre realizado na vida de uma mãe
estrangeira que foi rejeitada pelos judeus e acolhida por Jesus.


A mulher torna-se mãe com o nascimento do primeiro filho. Com a maternidade, acumulam-se alegrias, aprendizado transformador e desafios
em cada etapa do desenvolvimento. Cada mãe tem sua própria “lista” de
alegrias, aprendizado e desafi os. De modo especial, o destaque hoje são
as mães que têm fi lhos com alguma limitação de saúde. Elas se esforçam
ao máximo, todos os dias, para proporcionar o melhor que podem a
seus fi lhos. E não foi diferente com a mãe que é a personagem bíblica da
nossa refl exão de hoje.

A mulher cananeia (ou siro-fenícia) não teve sua identidade revelada na Bíblia. Pouco sabemos sobre essa mulher, mas sua fé foi registrada devido
a sua ousadia e persistência. Ela morava na região que hoje corresponde ao Líbano, e seu povo era odiado e desprezado pelos judeus (a região hoje corresponde a Israel). Ela era descendente dos cananeus, que causaram
muito sofrimento ao povo de Israel no passado. Os judeus chamavam os
cananeus de cães, no sentido pejorativo – algo como “vira-latas sarnentos”.
Para agravar a situação, a mulher tinha uma filha que sofria demais com
possessão demoníaca, mas sua fé era sólida como a rocha. Uma fé viva impulsionou essa mulher a enfrentar o preconceito de sua época e buscar cura
para sua filha.

Vejamos o enredo dessa história em Marcos 7:24-30, NAA:

Levantando-se Jesus, saiu dali e foi para as terras de Tiro e Sidom.
Tendo entrado numa casa, não queria que ninguém soubesse onde ele
estava. No entanto, não pôde ocultar-se, porque uma mulher, cuja filhinha estava possuída de espírito imundo, logo ouviu falar a respeito
de Jesus. Ela veio e se ajoelhou aos pés dele. Essa mulher era estrangeira, de origem siro-fenícia, e pedia a Jesus que expulsasse o demônio da sua filha. Mas Jesus lhe disse: Deixe primeiro que os filhos se fartem, porque não é correto pegar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos.

A mulher respondeu a ele: Senhor, os cachorrinhos, debaixo da
mesa, comem das migalhas das crianças. Então Jesus disse à mulher:
Por causa desta palavra, você pode ir; o demônio já saiu da sua
filha. Quando a mulher voltou para casa, achou a menina sobre a
cama, pois o demônio tinha saído dela.

A mulher soube de Jesus por meio de judeus que viviam no país dela.
O amor materno a encorajou a buscá-Lo. Cristo já sabia da situação
dessa mulher e direcionou Sua rota para encontrá-la e quebrar barreiras
construídas pelo preconceito e orgulho judaico.

A crise e o desespero dessa mulher podem ser entendidos pelos relatos
de Mateus e Marcos, ao informar que sua única filha estava endemoninhada e sofria demais.
Ao longo da vida, teremos experiências desagradáveis com doenças, solidão,
acidentes, calamidades, injustiça, preconceito e morte. A vida nem sempre
parecerá “justa”. A maioria de nós já perguntou num ou noutro momento
porque Deus permite que aconteçam coisas más a pessoas inocentes. Pare e
pense por um momento: como estava essa mulher emocionalmente? Muitos
de nós carregamos preocupações diversas com os filhos, mas conviver com
um filho que tem possessão demoníaca deve ser algo terrível. Alguns problemas são inevitáveis; outros, inesperados, e precisam ser administrados com a
sabedoria de Deus para não causarem maiores prejuízos.

A atitude de Cristo em relação à mulher, de aparente indiferença, num
comportamento típico dos judeus, tinha a intenção de “impressionar os
discípulos quanto à maneira fria e insensível com que os judeus tratariam
um caso como esse, ilustrada pela forma como Ele recebeu a mulher. Ele
queria impressioná-los também quanto ao modo compassivo pelo qual desejava que eles lidassem com essas aflições, conforme exemplificou ao atender posteriormente ao pedido dela” (O Desejado de Todas as Nações, p. 316).

No diálogo entre Jesus e a mulher, observa-se que ela mantinha uma
fé sólida diante do difícil contexto em que se encontrava. Insistia em
apresentar sua necessidade em crescente ardor, porque percebeu a compaixão que Cristo não conseguia esconder. Essa mulher não tinha preconceitos e imediatamente aceitou Jesus como seu Redentor.

O clamor da mulher incomodou os discípulos, e eles pediram a Cristo
que a despedisse. Jesus lhes respondeu: “Eu não fui enviado senão às
ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 15:24, NAA). Apesar de estar em
terra estrangeira, Jesus enfatizou qual era Sua missão: “Veio para o que
era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1:11). O povo do Messias o rejeitou, mas a mulher cananeia aproximou-se de Jesus e O adorou, dizendo:
“Senhor, socorre-me!” A adoração da mulher aparentemente não surtiu
efeito, porque Jesus respondeu: “Deixe primeiro que os filhos se fartem;
porque não é correto pegar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos”
(Mc 7:27, NAA). Jesus estava enfatizando que Sua missão estava vinculada à casa de Israel, e atender ao pedido da mulher seria comparável ao
ato de um pai de família que tira o pão dos filhos e dá aos cachorrinhos.

A mulher continuou, audaciosamente, desafiando uma ideologia de favoritismo aos judeus. Ela reclamou seu lugar no plano de Deus. Não
permitiu que nada a extraviasse de seu objetivo. Ela afastou os discípulos; ignorou o silêncio de Jesus e Sua observação sobre ter sido enviado
apenas ao povo de Israel. Ela simplesmente se recusou a deixar que as
circunstâncias a desviassem de seu propósito.
A resposta da mulher cananeia é surpreendente, pois ela não se fez de vítima
ao ser comparada aos cães e respondeu: “Senhor, os cachorrinhos, debaixo
da mesa, comem das migalhas das crianças” (Mc 7:28, NAA). Ela confirmou o que Jesus lhe disse e enfatizou que não buscava o alimento destinado
aos filhos, mas a migalha que cabe aos cachorrinhos. Para aquela mulher, a
migalha da mesa do Filho de Davi era sufi ciente para resolver seu problema.
Jesus lhe respondeu: “Por causa desta palavra, você pode ir; o demônio
já saiu da sua filha. Quando a mulher voltou para casa, achou a menina
sobre a cama, pois o demônio tinha saído dela” (Mc 7:29, 30, NAA).
Acabou ali uma guerra espiritual, por causa da intervenção de Deus e da
insistência de uma mãe perseverante e resiliente que não perdeu o foco,
em nenhum momento, da bênção que fora buscar.



Se você luta com a doença crônica ou terminal de um filho, não desanime.
O Senhor está com você. Se você enfrenta discriminação, perseguição ou preconceito de alguma forma, saiba que o Senhor é quem o abençoa, lhe dá paz e
concede oportunidades. Se você sente a solidão de morar longe de sua cidade
natal, o Senhor é quem guarda você. “Quando você passar pelas águas, eu
estarei com você; quando passar pelos rios, eles não o submergirão; quando
passar pelo fogo, você não se queimará; as chamas não o atingirão. Porque eu
sou o Senhor, seu Deus, o Santo de Israel, o seu Salvador” (Is 43:2, 3, NAA).

O Senhor abençoa, cura e atende a todos que vão a Ele. Perseveremos em
oração e fé viva, ativa. Estejamos atentos para que não haja nenhum tipo de
discriminação em seu lar, trabalho ou igreja. Que de nossos lábios não saia
nenhuma expressão de desprezo ou discriminação. Que a convicção de receber
a bênção de Deus seja tão real em nossa vida como foi para a mulher cananeia.

Temos agora a oportunidade de nos colocar em humildade diante de
nosso Salvador, apresentando a Ele nossas dificuldades com relação ao
que foi estudado nesta noite.

Querido Deus, ajuda-nos a confiar em Ti e atende o nosso clamor te pedimos em nome de Jesus. Amém!

HINO FINAL
Deus Nos Ouvirá – Novo HA, nº 361

Saiba Mais! Leia Mateus 15:21-28; White, 2007. O Desejado de Todas as
Nações, Capítulo 43: Barreiras demolidas.