A cura de um surdo e gago

QUART DE PODER – SERMÃO 9

HINO INICIAL
Cristo Tocou-me – Novo HA, nº 141
SAUDAÇÃO


Agradeço a cada um que atendeu ao convite do Espírito Santo e veio ao
culto da Quarta de Poder! Que a Palavra de Deus nos renove mais uma
vez. Esta é a nona reunião, e estamos estudando alguns dos milagres de
Jesus que nos encorajam a crer, amar e servir ao Deus que continua realizando milagres hoje, no contexto do tempo do fim! Nesta noite, vamos refletir no milagre realizado na vida de um homem surdo e gago.

Nem todos os surdos são mudos, sabia? Alguns surdos falam graças ao
trabalho de fonoaudiologia. Por isso, a expressão “surdo-mudo” não está
correta. E o termo “surdo” tem significado diferente para a medicina e
para a comunidade surda. A medicina entende que “surdo” é alguém
diagnosticado com surdez profunda. Para surdez leve ou moderada, a
expressão correta é “deficiente auditivo”3. A comunidade surda considera
“surdo” aquele que pertence à comunidade surda e utiliza a

Língua Brasileira de Sinais (Libras), segundo idioma oficial no Brasil.
3 Para maiores informações, acesse htt ps://feneis.org.br/

Os milagres que são detalhados nos Evangelhos demonstram claramente
a importância e o valor que Deus dá ao ser humano, sem acepção de
pessoas. As pessoas doentes ou deficientes perceberam a simpatia e a

misericórdia do Salvador na maneira como Ele as tratou. E não foi diferente
no milagre realizado na vida do homem surdo e gago. Acompanhe o
relato bíblico no evangelho de Marcos, capítulo 7, versos 31 a 37, NAA:
De novo, Jesus se retirou das terras de Tiro e foi por Sidom até o mar
da Galileia, através do território de Decápolis. Então lhe trouxeram
um surdo e gago e lhe suplicaram que impusesse as mãos sobre ele.
Jesus, tirando-o da multidão, à parte, pôs os dedos nos ouvidos dele;
depois, cuspindo, aplicou saliva na língua do homem.

Então, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá! que quer dizer: ‘Abra-se!’
E logo os ouvidos do homem se abriram, e o empecilho da língua se
soltou, e ele falava sem dificuldade. Jesus lhes ordenou que não

contassem isso a ninguém; porém, quanto mais recomendava, tanto mais
eles o divulgavam. Ficavam muito admirados, dizendo: Tudo ele tem
feito muito bem; faz até os surdos ouvirem e os mudos falarem.
A região de Decápolis foi formada pelos romanos por volta de 65 a.C., era
uma região habitada por pessoas gentias e governada pelos romanos, e

situava-se a leste e sudeste do Mar da Galileia. Era constituída por dez cidades, e
grande parte da população era grega e pagã (conforme a cosmovisão dos

judeus). Foi nessa região que Jesus expulsou demônios de um homem

gadareno. Ao passar Jeus por Decápolis, trouxeram-Lhe um homem surdo e gago,
solicitando que Ele lhe impusesse as mãos para curá-lo. Dois tipos de pessoas
eram consideradas surdas pelos judeus: as que não ouviam nem falavam e as
que falavam, mas não ouviam. Esse homem se encaixava nesse último grupo.
Talvez esse homem compreendesse bem pouco a pregação e o que as
pessoas falavam com ele. E seu louvor a Deus não era expresso com frases
completas. Ouvidos e boca estavam fechados. Pode ser que as pessoas
fizessem piadas com ele, como acontece hoje em dia. As pessoas riem e
zombam do que é diferente, principalmente se está relacionado a algum
tipo de deficiência física ou mental.

Em cada milagre, Jesus tinha um jeito diferente de atuar. Desta vez, Ele reti
rou o homem do meio da multidão e tratou-o de modo personalizado, para
encorajar sua fé e demonstrar preocupação. Assim Ele nos trata também,
individualmente, de acordo com nossas limitações, história de vida e maturi
dade espiritual. Para que o surdo percebesse a misericórdia de Jesus, Ele usou
mais ações externas do que costumava fazer nos outros milagres. Falou com
o surdo por gestos, “explicando o que estava fazendo”: tocou seus ouvidos
com os dedos para indicar que liberaria sua audição. Depois aplicou saliva
na língua dele para indicar que liberaria sua expressão oral. Olhou para o céu
indicando de onde vem o poder que restaura e disse: “Abra-se!” Só então, os
ouvidos e a língua do homem destravaram, e ele falou e ouviu livremente.
Ao operar esse milagre, Cristo inseriu o rapaz novamente na sociedade.
Agora o homem ouviu a voz de seu Salvador. Poderia se comunicar com as
pessoas que amava e fortalecer sua fé e esperança com a mensagem bíblica
oral, comum em sua época. Essa sequência de cura nos lembra que “a fé
vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Cristo” (Rm 10:17, NAA). Na
vida cristã, “ouve-se” a Palavra de diversas maneiras: há pessoas que ouvem
a Palavra, praticam a Palavra e contam sobre sua experiência pessoal com
a Palavra. Essas pessoas são felizes, sentem paz e atravessam provações com
relativa tranquilidade. Há pessoas que ouvem a Palavra, não praticam a
Palavra e não têm o que falar sobre a vivência com a Palavra. Essas pessoas
sabem encontrar alguns textos bíblicos e explicá-los superficialmente, mas
não se beneficiam da convicção de ser perdoadas ou de receber uma nova
oportunidade para reatar relacionamentos fragilizados, por exemplo.

Há pessoas que não ouvem a Palavra de Deus nem praticam seus conselhos
e falam do que não conhecem sobre a Bíblia. Essas pessoas ouvem apenas
o que outros dizem sobre as Escrituras. Quem não vivencia a experiência
da graça e do perdão não tem o que falar porque não conhece. É bem mais
fácil e tentador sair falando em vez de ouvir. Sem falar naquela surdez

proposital em que selecionamos o que queremos, e quando Cristo abençoa,
abrimos os ouvidos. Mas, quando Ele corrige e condena, fingimos não ou
vir. Acontece com você? Será que Deus precisa curar sua surdez também?
Um detalhe importante nessa história que precisa ser mencionado é que
amigos se compadeceram desse sofredor: “E trouxeram-lhe um surdo, e
gago; e rogaram-lhe que impusesse as mãos sobre ele” (Mc 7:32). Em um
mundo onde as pessoas se preocupam primeiro com seu bem-estar,

vemos pessoas que demonstraram empatia e acompanharam o sofredor até
Jesus. Por essa razão, podemos chamar essa cura de “milagre da

intercessão”. Os amigos do gago também intercederam por ele. A intercessão
pelos outros multiplica bênçãos sobre a vida do intercessor.
Em nossa sociedade, há muitos surdos e gagos. Quase não se escutam os
gritos dos pobres; dos que têm fome; dos que são injustiçados,

escravizados; o grito das crianças e mulheres violentadas; o grito da terra e da
natureza explorada; o grito de fome e sede de Deus. Nós somos essas
pessoas que precisam ter os ouvidos abertos e a língua destravada? Ou
somos como os que colocaram o surdo diante de Jesus?


APELO
Jesus usou uma espécie de linguagem de sinais no processo de cura, mas o
poder transformador da palavra Dele foi imediato. Ele falou, e o surdo foi
curado. Há alguém nesta noite que precisa que seus ouvidos e fala sejam
destravados? O agente do milagre é a Palavra de Deus. Percebe agora a
importância do estudo pessoal da Bíblia, com reflexão? Não apenas os

ouvidos e a língua do homem surdo e gago foram abertos e destravados, mas
de toda uma região pagã, que passou a glorificar o Deus de Israel! Deus
concedeu novas chances de salvação a pessoas que a rejeitaram a princípio.
Assim como os amigos levaram esse gago a Jesus, todos nós podemos levar
pessoas a Jesus. Todos que vão a Ele são transformados e abençoados.

ORAÇÃO FINAL

Deus poderoso, hoje eu me coloco diante de Ti com um coração transbordando de gratidão. Agradeço por todas as bênçãos que recebi, grandes e pequenas, visíveis e invisíveis. Obrigado por cuidar de mim em todos os momentos e por guiar meus passos de acordo com Tua boa e perfeita vontade.

Saiba Mais! Leia Mateus 15:29-39; White, 2007. O Desejado de Todas as Nações, Capítulo 44: O verdadeiro sinal. White, 2007. A Ciência do Bom Viver, Capítulo 5: Salvo para servir.
Deus Nos Ouvirá – Novo HA, nº 361

HINO FINAL